Os torcedores da Ponte Preta estão apreensivos. A questão da Arena Ponte Preta transformou o clube em um ringue a céu aberto. De um lado, José Armando Abdalla Junior e Gustavo Valio. Do outro Sergio Carnielli cercado por Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho.
A diretoria executiva não quer saber de tocar o projeto da Arena. Carnielli aposta na leitura dos seus aliados a respeito do estatuto de que o Conselho Deliberativo tem a prerrogativa de comandar o processo de construção. Tanto que o presidente do Conselho Deliberativo, Tagino Alves dos Santos, esteve ao lado do presidente de honra Sérgio Carnielli na visita para Mário Ponte Preta.
Existem duvidas no ar. Quem são os investidores? De onde virá o dinheiro? Como será aplicado? Onde time vai treinar quando as obras forem iniciadas? Por que a primeira versão da Arena tinha maior capacidade e era 42,63% mais barato? O que farão do estádio Moisés Lucarelli? Ele será demolido? Aproveitado para outro fim?
Por ser um clube associativo, todos os sócios e conselheiros tem o direito (e até o dever) de conhecerem estas informações. Exibir vídeo e Power point com informações genéricas não acrescenta nada.
O Majestoso não foi erguido por um mecenas. Foi por intermédio de sua torcida. Qualquer coisa que seja feita precisa ser explicada e debatida com a comunidade.
Na segunda-feira, surgiu uma luz no fim do túnel. Integrantes da Associação dos Cronistas Esportivos de Campinas entraram em contato com o Só Derbi para falar de que haveria um encontro com Sérgio Carnielli para tratar da Arena. “Como vocês tem feito matérias criticas poderia abordar o tema pessoalmente”, disse o interlocutor.
Declinei. Como todos sabem agora estou na rádio Brasil e teria um compromisso profissional no mesmo horário. O comandante da equipe e parceiro deste site, Alberto César já tinha confirmado presença. Porque? Por que assim como muitos torcedores ele tem dúvidas sobre o empreendimento e quer tirá-las. As de minha autoria foram colocadas em post neste site. Que, aliás, não foram respondidas até hoje.
Diante de algumas especulações sobre o teor do encontro dos jornalistas com Sérgio Carnielli e seus aliados entrei em contato na quinta-feira com o assessor para a Arena Ponte Preta, Paulo Cesar Nascimento. Suas informações são desanimadoras. “O evento é um almoço, não será uma coletiva. Foram convidados representantes da imprensa esportiva de Campinas, entre mídia impressa, rádio, tv e online. Não houve qualquer restrição de nomes”, afirmou o assessor por mensagem de Whatsapp. “Em momento algum o evento foi apresentado aos convidados como entrevista coletiva. A proposta desde o início foi a de reunir os profissionais em um almoço. Haverá oportunidade para conversas e esclarecimentos sobre a Arena. Mas para isso não é necessário a formalidade de uma coletiva. A proposta foi organizar um encontro mais descontraído”, disse o jornalista.
Por um lado, suas declarações abrem brecha para introduzir o assunto, mas deixa claro que não é foco principal. Erro crasso. Jornalista em trabalho não tem direito a descontração.
Neste momento da história da Ponte Preta, a sua torcida não quer que cronistas esportivos apareçam para pegar uma rega bofe de picanha, contra filé ou lingüiça. Claro que é bom, mas não é o foco. O que o torcedor quer é esclarecimento sobre o projeto e que respondas e perguntas sejam feitas de maneira incisiva.
Precisamos de informações e transparência e não de pratos suculentos e confraternização. Não poderei comparecer, mas fico aliviado em saber que meus companheiros da equipe da Rádio Brasil estarão no local para fazer jornalismo. Outros companheiros estarão lá com o mesmo objetivo. Ninguém larga sua família em dia de folga para um instante de descontração. Quer ter suas dúvidas dirimidas. É o minimo que se espera.
Espero que sejam atendidos por um grupo político que deveria ajudar a explicar e nunca confundir. Até Chacrinha agradeceria.
(Análise feita por Elias Aredes Junior)