Uma explicação para Jorginho sobre as vaias da torcida da Ponte Preta nos jogos realizados no Majestoso

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Passadas 24 horas após o encerramento da entrevista do técnico Jorginho, é bom ver a poeira baixar e sentir suas consequências. Em relação a defesa de seus princípios de jogo e em relação de defesa de jogadores contestados como Gerson Magrão e Matheus Vargas, o comandante da Alvinegra saiu-se muito bem.

Mesmo que em algumas respostas tenha resvalado na rispidez ou com microcosmos de grosseria, tudo faz parte do pacote de quem encontra-se em uma batalha feroz de opinião pública.

Talvez ele só tenha passado um pouco do ponto ao cobrar um apoio irrestrito da torcida. Ele não sabe, mas paga por um preço que não é de sua responsabilidade.

Explica-se. Jorginho deveria entender que a torcida pontepretana está impaciente não somente por causa de possíveis falhas no seu trabalho e sim em virtude da comédia de erros protagonizada nos últimos anos por dirigentes, técnicos e jogadores.

Alguém da diretoria executiva deveria avisá-lo que em 2017 a diretoria da Macaca, comandada por Vanderlei Pereira, teve à disposição um orçamento de R$ 69 milhões e usou o dinheiro para contratar jogadores como Negueba, Jadson, Nadson e Xuxa. O prêmio foi o rebaixamento.

No ano seguinte, o presidente José Armando Abdalla Junior assumiu e contratou Eduardo Baptista, Doriva, João Brigatti, Marcelo Chamusca, Gilson Kleina e amargou a quinta colocação na Série B. É ou não é para ficar decepcionado? Qual torcida não ficaria amargurada por ver o acesso escapar por um ponto? Pois é.

O calendário vira e a Ponte Preta começa o ano com Mazola Junior e contratações duvidosas e dificuldades financeiras que acarretam em atraso de salário. Ao mesmo tempo, o torcedor acompanha o desenvolvimento de concorrentes, investimento de outros e uma briga política por poder dentro da Macaca que destrói tudo que vem pela frente.

Jorginho deveria entender que a vaia sobre o time e sobre o seu trabalho não é apenas direcionada ao banco de reservas. É um grito de socorro de um torcedor que está de saco cheio e que tem um mínimo de consciência de que a situação poderia ser diferente.

Reclamar não adianta. É esperar a maré baixar e lutar para que tudo volte ao normal e o sonho do acesso retorne.

(Elias Aredes Junior)