Guarani e a lanterna na Série B: os verdadeiros vilões não estão no gramado e nem no banco de reservas

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Torcedores saíram cabisbaixos do estádio Brinco de Ouro da Princesa. A derrota por 3 a 2 para o Oeste e manutenção na lanterna da Série B foi uma ducha de água fria. O rebaixamento parece sacramentado. Apontar o dedo para vilões é a atitude  natural. Thiago Carpini errou na escalação, a defesa falha demais, o ataque padece de qualidade, as peças de reposição são insuficientes.

Dizer que o time do Guarani padece de falta de qualidade técnica é chover no molhado. Devemos mirar nossa análise nos verdadeiros vilões que podem abrir caminho para o Guarani disputar a terceirona nacional em 2020.

Não adianta ter se afastado da presidência. A lanterna na Série B tem nome e sobrenome: Palmeron Mendes Filho. Incompetente, atrapalhado na montagem da equipe e condutor de um rompimento político com Nenê Zini que só trouxe danos ao Guarani. Pior: passou a maior parte da temporada com foco na eleição do Conselho Deliberativo. Deixou o futebol em segundo e terceiro plano.

Quem padeceu foi o torcedor. Culpa que deve ser estendida aos outros componentes do Conselho de Administração. Sem exceção. Mesmo que operem o milagre da manutenção não podem ser eximidos da comédia de erros que foi o futebol bugrino em 2019. Mais: se as outras pessoas interferiram no futebol do Guarani ( e que todo mundo sabe quem são, apesar das negativas), a cobrança deve ficar em cima dos dirigentes, que permitiram esse estado de coisas.

Fumagalli e Marcus Vinicius Beck Lima não podem ser excluídos do rol de culpados. Foram eles que contrataram e definiram o perfil de boa parte dos jogadores arregimentados do atual elenco. Infelizmente, a aposta em Vinicius Eutrópio não deu certo. Só ficam inocentados pela demissão de Roberto Fonseca e pela cobrança apoplética feita por Palmeron sobre os jogadores.

O que fazer? Como proceder? Os jornalistas devem acompanhar e cobrar melhoria de desempenho. Não devemos e nem podemos tratar de modo paternal o atleta profissional.

Os dirigentes e a torcida devem compreender de que se algo for feito é com esse time. Poderiam seguir o que fez José Roberto Guimarães na Olimpíada de Londres, em 2012. Após dois tropeços na fase inicial, ele decidiu que só iria elogiar as meninas. Nada de criticas. A aposta era de que a formação do ambiente positivo traria dividendos. Deu certo.

Talvez seja um caminho. Sem jamais esquecer que os verdadeiros vilões desta catástrofe no Brinco de Ouro não está no gramado e sim vestem paletó e gravata e ficam no prédio administrativo, o chamado queijo.

(Elias Aredes Junior)