Conselheiros pedem na Justiça exclusão de Chapa do presidente Ricardo Moisés por irregularidades na votação e publicação de Balanço Financeiro

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Um grupo de nove conselheiros do Guarani entrou nesta terça-feira, dia 10 de março, com um pedido na segunda Vara Cível de Campinas, sob a responsabilidade de Fábio Henrique Prado de Toledo. O pedido é de anulação da regularização da chapa “Mais Futebol”, encabeçada por Ricardo Moisés juntamente com Marcos Lena, que também é alvo da ação judicial.

A petição é assinada pelos conselheiros Dorival Antonio Colleoni, Higor Alexandre de Melo, Márcio Balista, Marco Antonio Viotti, Marco Antonio Capello, Paulo Rogério de Oliveira Sabioni, Ronaldo Juliano Crispim, Sidnei Lima Siqueira, Toni Doverson Marcelo de Oliveira e Walter José Bortolotto Junior. O pedido é de autoria da advogada Fernanda Pimenta Falciroli.

De acordo com o texto de 17 páginas e na qual a reportagem do Só Dérbi teve acesso, o pedido para exclusão dos candidatos e da chapa é o fato do Conselho de Administração ter suas contas reprovadas referentes ao ano de 2018, o que na visão dos conselheiros, lhes deixariam inelegíveis por nove anos, de acordo com o artigo 112 do Estatuto Social do Guarani.

Segundo os conselheiros que assinam a ação tanto Ricardo Moisés como Marcos Lena já eram integrantes do Conselho de Administração na ocasião da votação. A ação da advogada traz o seguinte trecho do artigo 135 do estatuto social do clube. “É vedado aos integrantes dos Conselhos do Clube, Comissões ou ocupantes de cargos executivos participar de qualquer deliberação em que tenha interesse conflitante”, afirmou o texto.

Os conselheiros utilizam a petição inicial para acusar a Comissão Eleitoral de ter feito vistas grossas a esses problemas e mesmo assim ter homologado a chapa “Mais Futebol”.

A advogada  acusa no texto inaugural os atuais integrantes do Conselho de Administração de terem falhado também na contratação da auditoria independente para a montagem do Balanço Financeiro. “(…)No cabeçalho deste documento se observa a emissão do balanço contábil feito pela empresa “V&M ASSESSORIA CONTÁBIL” (informação até então desconhecida) e assinado pelo ex-presidente e renunciante ao atual Conselho Administração – o senhor PALMERON MENDES FILHO, e o contador GERIVALDO MANOEL DE SOUZA cujo registro no Conselho Regional de Contabilidade é o de nº 1SP162282/O-4.”, afirmou o trecho da petição inicial.

O pedido é rígido em relação a empresa contábil. “Sabidamente o contador GERIVALDO MANOEL DE SOUZA é proprietário e possui relação contratual com o Guarani Futebol Clube através de sua empresa denominada PLANEJCON conforme se pode observar através de registro na JUCESP, trago aos autos como “anexo 10”.

Acontece que, conforme informado no parágrafo acima, tal profissional assina um documento contábil emitido pela empresa “V&M ASSESSORIA CONTÁBIL” e que nenhuma ligação possui com ele e principalmente com contrato que este estabeleceu com o Guarani Futebol Clube. Realizando-se algumas consultas preliminares, pôde SUSPEITAR que a empresa “V&M ASSESSORIA CONTÁBIL” pertence à esposa do ex-integrante do Conselho de Administração”, arrematou.

Para fundamentar o pedido ao juiz, a advogada relaciona os problemas no balanço financeiro bugrino com aquilo que aconteceu na Ponte Preta, quando Sérgio Carnielli foi suspenso por cinco anos devido ao fato de que um ex-conselheiro ser proprietário da empresa que fez a auditoria independente para a Macaca. “(…) de todos estes fortes fatos, resta como única alternativa a apreciação do presente feito, a fim de expedir mandado com a finalidade de não admitir a chapa denominada “+FUTEBOL” ao pleito eleitoral em curso visto que a mesma conta com 2 (dois) associados estatutariamente inelegíveis por terem suas contas de 2018 reprovadas (…)”.

A punição seria estendida aos atuais e ex-integrantes do Conselho de Administração. Outro pedido é que seja nomeado um perito para averiguar se o balanço financeiro está de acordo com os preceitos estipulados pela Lei Pelé.

O presidente do Guarani, Ricardo Moisés foi procurado mas não respondeu até a publicação da reportagem. Quando ocorrer a resposta, um novo post será feito.

(Texto e reportagem: Elias Aredes Junior- atualizado as 17h57)

Observação: em relação ao balanço financeiro de 2018, o Só Dérbi deu o seguinte destaque  

O balanço financeiro de 2017 foi abordado aqui.