Dia do Orgulho LGBTQI+ e o desafio do mundo do futebol e do jornalismo esportivo: vencer o preconceito!

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Na comemoração do dia Internacional do Orgulho LGBTQI+ , um aspecto não pode deixar de ser ressaltado: a homofobia presente nas arquibancadas e na crônica esportiva brasileira.

Apesar de uma atitude indireta, somos responsáveis por divulgação de conceitos que são sinônimos e combustível de preconceito. Velado ou rasgado.

Quanto tempo demorou para que passássemos a combater o comportamento de torcidas que gritavam “Bicha” a cada chute do goleiro direcionado ao campo de ataque? A Fifa mostrou seu repudio, estipulou punições e isso é insuficiente.

Muitos pregam que o futebol ficou “sem graça” e que dentro do campo vale tudo. Ou seja, as regras do futebol não valem para a sociedade. Uma loucura. E ajudamos a perpetuar a exclusão e o preconceito contra a população LGBTQI+.

O jornalismo esportivo não fica atrás. Quantas mesas redondas já assistimos em que homossexuais são tratados de modo jocoso, preconceituoso e por vezes até violento? As risadas de fundo representam nada mais nada menos do que o desprezo por pessoas que ousaram declaram que sua orientação sexual deve ser respeitada.

Tal quadro gera uma opressão e uma hipocrisia gigantesca. Em diversas áreas de atuação na economia já é normal homens e mulheres declararem que gostam e amam pessoas do mesmo sexo e nem por isso são agredidas ou execradas. Pelo contrário.

Ellen De Generes, apresentadora famosa dos Estados Unidos, é declaramente lésbica e isso não foi empecilho para apresentar um programa de sucesso nos EUA.

No futebol brasileiro, não. Tenho certeza que centenas de homens escondem sua orientação sexual com receio de serem perseguidos e massacrados por uma opinião pública dotada de falta de empatia. Pior: muitas vezes com autorização dos jornalistas esportivos.

O futebol deveria ser o esporte mais democrático de todos. Não é. O preconceito, a violência, a brutalidade e opressão contra as minorias ainda ditam as suas normas de conduta. Existe um longo trabalho pela frente para mudar a cabeça de quem está no gramado, nos gabinetes e quem empunha um microfone ou escreve diante de um teclado de notebook.

(Elias Aredes Junior)