Ao aderir ao movimento que pede a aprovação da Medida Provisória 984, a diretoria do Guarani comete um acerto e um equívoco.
O lado positivo é ficar mais próximo politicamente dos integrantes da Série B do Campeonato Brasileiro e viabilizar no menor tempo possível uma série de ações que possam trazer dividendos. Aliás, a disposição das agremiações da segundona requisitarem uma negociação coletiva, mesmo com as mudanças da MP é um avanço.
Afinal, se existe algo claro e cristalino é que em comparação com as gestões de Leonel Martins de Oliveira e de Luiz Roberto Zini, os presidentes subsequentes do Guarani foram horriveis em termos de relacionamento institucional com os clubes e com a CBF.
Agora, o Guarani e os integrantes das Séries A e B cometem um erro crasso na defesa da Medida Provisória 984. O fato de ter a validade de lei, mesmo que por 120 dias no máximo, não quer dizer que o congresso deva ser desprezado. Pelo contrário.
São 91 emendas apresentadas por deputados e senadores e o risco de modificação do texto original feito pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, é algo real. Ao invés de manifestos e abaixo assinados, o que os dirigentes deveriam fazer é pedir audiências virtuais ou presenciais com os parlamentares e tentar verificar desde já maneiras de amenizar um possível estrago na visão deles.
Você pode alegar que os dirigentes fazem isso. Então por que não alardeiam? Duro não é defender a aprovação de uma lei. É legitimo. Dureza é o constatar o desprezo pelos ritos democráticos.
Que o Guarani saiba extrair os aspectos positivos desta movimentação. Mas fique atento sobre algo bem básico: a discussão sequer começou.
(Elias Aredes Junior)