Posição de Tiãozinho na MP 984 é correta. Voluntarismo não cabe na política. Ele sabe disso!

0
1.754 views

Nos instantes dramáticos e sem saída, até relógio parado acerta. Pelo menos por duas vezes. Este conceito pode ser aplicado ao presidente da Ponte Preta, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, que se recusou em um momento inicial a aderir ao movimento favorável a Medida Provisória 984, que concede os direitos de transmissão ao mandante dos jogos.

Em justificativa encaminhada ao repórter Ronie Romanini da Rádio Central, o dirigente disse que a convocação foi em cima da hora e que por isso existiria a necessidade de maior tempo de estudo.

Tiãozinho não confessou um dos motivos: a sua formação política. Explico: como ele já foi deputado estadual e vereador e de quebra já esteve em contato com políticos de diversas matizes ideológicas, o mandatário pontepretano sabe que no fundo, no fundo, não adianta fazer um jogo peralta para ludibriar a Constituição Federal. A efinição real dos termos da Lei acontecerá ali, no Congresso Nacional.

Querem um exemplo? O Governo Federal, no início da Pandemia, estipulou que pagaria apenas R$ 200 de auxilio emergencial. A pressão de parlamentares fez o valor subir para R$ 600.

Agora pergunto: uma Medida Provisória com mais de 90 emendas, qual a chance dela sair intacta? Não podemos esquecer ainda que Tiãozinho, filiado em PC do B, tem como um dos seus interlocutores o deputado federal Orlando Silva (PC do B-SP), ex-ministro dos Esportes e que certamente será participante do debate.

Só para conhecimento: a ultima tramitação da Medida Provisória foi no dia 29 de junho, quando o texto entrou na mesa diretora da Câmara dos Deputados. Desde então, nem um passo foi dado.

Alguém imagina que a discussão e a tramitação serão docéis? Que a bancada  das emissoras de televisão (leia-se Globo) vai ficar parada? É momento de fazer movimentos políticos e participar do debate. Mas firmar posição definitiva, não. É tiro no pé. Tiãozinho sabe disso.  Já viveu a vida parlamentar. Absurdo seria ele desperdiçar esta vivência e apostar no voluntarismo. Menos mal.

(Elias Aredes Junior)