Gosto de João Brigatti. Após algumas conversas e troca de ideias sobre futebol aprendi a admirar a pessoa. Do bem. Quer o melhor para a Ponte Preta. Teve a humildade de reconhecer suas limitações e abraçou o estudo na quarentena provocada pela pandemia do novo coronavirus. Montou uma comissão técnica que lhe complementasse. Sua motivação e determinações foram fundamentais para a Macaca viabilizar a classificação para as quartas de final contra o Santos. Merece homenagens.
Só que não há como ignorar sua declaração contra o Guarani após a vitória sobre o Mirassol. Entendo o seu ressentimento em virtude de tudo que ouviu da comunidade bugrina no período da pandemia. Sofreu horrores por ter deixado escapar a vitória no dérbi.
Só tem um problema: Brigatti nos 90 minutos e no banco de reservas não é torcedor. É profissional da bola. É treinador de uma equipe prestes a fazer 120 anos e que necessita de alguém conectado com suas necessidades. De curto, médio e longo prazo.
Naquele momento, seria a hora de exibir serenidade e falar apenas daquilo que interessava: da Ponte Preta. Só isso.
Temos dois dérbis programados para a Série B e os elementos intrínsecos do duelo são suficientes para promover e pilhar a rivalidade. Não há necessidade de incentivo extra. Pelo contrário.
Pela instabilidade do nosso futebol, não há como assegurar a permanência infinita do ex-goleiro na Casamata. Dois ou três resultados negativos e os dirigentes covardemente mudam de postura. Isso vale para qualquer um. Infelizmente.
O esforço de Brigatti em aprimorar a Macaca é evidente. Mas isso não quer dizer que correções não possam ser efetuadas. Separar a razão da emoção é algo urgente.
(Elias Aredes Junior)