Humildade. O craque histórico que precisa ser recontratado pelo Guarani

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Eu não vou falar do que aconteceu em outros times. Vou tirar como exemplo a própria história do Guarani. Vou comprovar com fatos históricos que a derrota para o São Paulo, a eliminação da fase derradeira do Paulistão  e a ausência de humildade e de uma postura serena por parte de integrantes da diretoria, departamento de futebol e da própria torcida não combinam com a trajetória da agremiação.

Zé Duarte foi  vencedor no Brinco de Ouro. Ficou várias temporadas seguidas sob o comando de Leonel Martins de Oliveira na década de 1970; campeão da Taça de Prata de 1981 e arquiteto do time talentoso de 1982. Soube extrair o melhor dos atletas e de gênios como Jorge Mendonça. Pois em nenhum momento você ouviu ou viu o famoso “Zé do Boné” tripudiar, fazer piada e incitar rivalidades inconsequentes. Era respeitoso e ciente do seu papel.

Assim como Giba. O ex-lateral direito tinha amor profundo pelo Guarani. Não escondia que gostava e apreciava vencer os dérbis. Mas nunca, jamais em tempo algum caiu na tentação de utilizar frases de efeito ou provocações. Sua receita era clara: trabalho, obstinação, humildade e foco. Mesmas características podem ser aplicadas a José Luiz Carbone.

Rememorar a postura de Vadão é essencial. Trabalhou nas duas equipes e nutriu uma postura profissional impecável. Falava do seu time e do seu trabalho. Só. Consequência: a torcida bugrina, espelhada na atitude de quem estava no banco de reservas, ficava preocupado com seu time. Ou os elencos de 2009 e 2012 provocavam soberba e convencimento pueril nas arquibancadas? Apenas união e orgulho.

E assim foi durante toda a história. Os torcedores tinham consciência das limitações dos jogadores e dos técnico. O currículo de conquistas nas décadas de 1970 e 1980 não fazia com que a arquibancadas fossem invadidas por um sentimento de alienação. Queriam sempre mais. Com os pés no chão.

A derrota para o São Paulo e a doída desclassificação para as quartas de final foi um duro golpe. Um aviso do destino. Não há como adiar. É preciso mudar de comportamento e postura.

Dirigentes, treinadores, torcedores precisam entender que o momento vivido é outro. Tudo é obtido com luta e sacrifício. Não há motivo para tripudiar sobre ninguém ou qualquer instituição.

O Guarani precisa cuidar de si. Somente dele. Preocupar-se com sua performance e esquecer o que faz e pelo qual passa o rival. E vice versa.

Se a galeria de troféus do estádio Brinco de Ouro é relevante deve-se ao fato dos homens vitoriosos nunca foram sido contaminados por uma vaidade capaz de transmitir conceitos errôneos ao publico externo. A humildade vestia camisa 10 para o público externo. Está na hora de recontratá-lo.

(Elias Aredes Junior)