Todos reclamam de João Brigatti e Thiago Carpini. Uma pergunta: o que fazemos para que eles melhorem?

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Thiago Carpini e João Brigatti não agradam na Série B. São contestados. Criticados. De forma ríspida. O tribunal da internet já definiu que ambos devem ser demitidos e trocados por novos profissionais. Quem? Pouco importa. Ninguém está ali para fazer gestão e sim para destruir. É um amor às avessas, em que a aposta fica na fúria capaz de gerar amor, redenção e competência. Difícil acreditar.

Ninguém está aqui em defesa dos dois profissionais. Até porque são adultos e dotados de argumentos para se protegerem. Mas será que colaboramos para que o futebol campineiro tenha um patamar elevado? Não estamos presos a um passado que não existe mais e cuja exigência era bem menor do que atualmente?

Acompanho rádios de diversas partes do país: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco. E nestes locais, existe a participação do ouvinte. Os treinadores são cobrados. Com uma diferença: os ouvintes falam do jogo. Do trabalho do treinador. E os jornalistas, idem, são forçados a abordar a condução dos treinamentos e da dinâmica das partidas.

E em Campinas? Por vezes, nos perdemos em polêmicas vazias, palavras de ordem e esquecemos de falar do jogo. Vou além: de propor alternativas e saídas. Fomentar um debate que gere reflexão nas respectivas comissões técnicas. Claro, existem exceções.

E com orgulho, digo que a Equipe de Esportes da Rádio Brasil, da qual faço parte é uma, pois o “Brasil Esporte Clube” é um programa de debates, com a meta de fornecer subsídios sobre o andamento do trabalho dos treinadores. Daniel Lessa, Jota Jorge e Ariovaldo Izac discorrem sobre o que interessa: bola rolando. Somos uma centelha de luz que por vezes que prevalece em nacos de escuridão e entretenimento. Por vezes escorregamos. Nem por disso deixamos o foco propositivo.

Ponte Preta e Guarani podem trocar os treinadores daqui a dois minutos. Sem uma alteração de cultura tanto de nós, cronistas esportivos, como dos torcedores trabalhos vão continuar sendo dinamitados. E o futebol campineiro vai marcar passo. Por muito tempo.

(Elias Aredes Junior)