Processo confortável é malhar a Ponte Preta. Detonar a sua campanha na Série B do Campeonato Brasileiro e considerar que o desempenho não terá dias melhores. É natural. Especialmente por parte de uma torcida que está cansada de sofrer. E de maneira injustificável.
Devemos separar o joio do trigo. Entender que alguns profissionais não podem entrar na vala comum. A continuidade deve imperar e o foco não deve ser a troca pura e simples como fazem departamentos de recursos humanos insensíveis.
Coerente compreender que o desenvolvimento de determinado profissional não ocorre porque o clube não lhe fornece condições. Seja na questão do clima organizacional ou da infra estrutura colocada a disposição.
Vou citar três. O primeiro chama-se Juvenilson Souza. Chegou na Macaca em época turbulenta. O time era criticado porque não rendia fisicamente de modo satisfatório. A pandemia não foi empecilho para a montagem de um trabalho profissional, cientifico e que foi fundamental para tirar a Alvinegra da zona do rebaixamento no Paulistão. Na Série B, o padrão foi sustentado. Se a equipe não rende, não é por falta de preparo físico.
Roberto Guastali, o Betão, é outro que merece deferência e elogios. Pense: ele substituiu André Dias, ídolo do clube e que estava no cargo há tempos. Com a saída de Aranha, Betão teve a missão de condicionar a revelação Ivan. Como contestar um trabalho que levou o atleta para a Seleção Brasileira principal? Os goleiros passam por oscilação? Verdade. Só que não sabemos as condições de trabalho, os problemas e os impeditivos para gerar frutos. O saldo continua altíssimo. Betão merece o reconhecimento da torcida.
E Fabinho Moreno? Após trabalhar por anos e anos com Abel Braga, topou o desafio de ajudar Gustavo Bueno no futebol pontepretano. As informações de bastidores dão conta do seu apurado conhecimento do mercado, da bola, da lealdade e do bom entrosamento com o executivo de futebol. Acredite: se o incêndio dos bastidores não chegou ao vestiário, boa parte se deve a Fábio Moreno.
Infelizmente, Betão, Juvenilson e Fabinho Moreno são agulhas neste palheiro de confusões e desencontros que marca a Ponte Preta em 2020. E que deve afetar a imagem da instituição no mercado.
O trio ostenta algumas qualidades difíceis de encontrar, de acordo com depoimentos colhidos por este jornalista. São humildes. Pés no chão. Estudiosos. Educados. Se recusam a fazer auto promoção. Olham para o conjunto do que para eles. Por isso, independente do que aconteça até janeiro de 2021, eles devem ser valorizados. E mantidos. Para o bem da Macaca.
(Elias Aredes Junior)