Análise: o encaminhamento da renovação de contrato de Felipe Conceição no Guarani e a urgência de exterminar a cultura resultadista

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A diretoria do Guarani deverá confirmar nos próximos dias, a extensão do contrato do técnico Felipe Conceição até dezembro de 2021 e um ajuste salarial em seus rendimentos. Nada mais natural diante da constatação de que o treinador tem um aproveitamento de 70,8% em oito partidas. A informação da renovação foi dada pelo repórter Carlos Rodrigues, da Rádio Central.

Venceu cinco jogos no Brinco de Ouro e armou times competitivos contra o Juventude (apesar da derrota) e diante do Cruzeiro. Merecida decisão? Lógico. Só que esta é a hora de que todos devem participar de um processo para que a sua estadia seja mais longa e resultados frutíferos sejam colhidos em médio e longo prazo.

A medida inicial é que o Conselho de Administração aprimore o seu planejamento e viabilize a montagem de uma infraestrutura apurada e moderna para que os resultados sejam melhores em médio e longo prazo. Uma hora a oscilação vai aparecer. Presenciaremos partidas em que o Guarani vai atuar de maneira decepcionante. E são boas condições de trabalho que faz com que o clube retome o caminho das derrotas.

Outro passo tem relação com o comportamento da torcida e da imprensa campineira. Precisamos combater a cultura resultadista. Parece discurso velho, mas os grandes trabalhos na Série B são aqueles que ganharam um tempo mínimo de maturação para formatar uma filosofia e fazer a devida colheita. Não dá para fazer futebol na base do solavanco. Se perder duas ou três seguidas, Felipe Conceição para muitos, será o pior técnico do mundo. Errado.

Precisamos estudar e analisar futebol  em médio e longo prazo. Verificar as raízes de cada trabalho, seus pontos principais e a hora adequada de fazer os ajustes. Coincidência ou não, os instantes plenos do Guarani nos últimos anos – protagonizadas por Umberto Louzer e Thiago Carpini- foram aqueles que tiveram tempo para buscar excelência e receberam respaldo nos instantes de instabilidade.

Hoje o Guarani tem uma maneira de jogar. Uma filosofia que deve ser respeitada. Dos torcedores por vezes é difícil exigir razão. Quanto a imprensa, está imposta a necessidade de combate a cultura resultadista. Para que figuras como Felipe Conceição fiquem por um período maior e fixem seus nomes na história do clube.

(Elias Aredes Junior)