Nos 92 jogos em que esteve no comando do Guarani, Carbone poderia dizer em alto e bom que seu auxilio foi decisivo em alguns instantes emblemáticos da história do clube e em outros foi o responsável por construir uma memória afetiva ao torcedor.
Na primeira vez, a partir do final de 1987, foi o responsável por montar uma equipe de qualidade técnica refinada, capaz de encantar os amantes do futebol. Sérgio Néri; Marquinhos, Ricardo Rocha, Wagner Bacharel e Albéris; Paulo Isodoro, Barbieri, Boaideiro e Neto; Evair e João Paulo.
Sabe-se lá por qual desejo do destino, esta equipe perdeu a final para o Corinthians após 90 minutos iniciais impecáveis no Morumbi. Com gol de Bicicleta de autoria de Neto e tudo. Não importa. Aquela formação certamente estava á altura das formações de 1978, 1982 e 1994. Detalhe: não discuto conquistas e sim o desempenho no gramado. Era impecável.
Retornou ao Brinco de Ouro oito anos depois, em 1996, e fez uma receita inversa. Apostou em jogo seguro, calcado na defesa, cuja os pilares eram os zagueiros Sorlei e Sangaletti, além do volante Valdeir. Na frente, não existia preocupação: o atacante Ailton balançava as redes. Chegou a liderança e depois foi demitido após a derrota para o Sport, um resultado normal. Ou seja, a demissão até hoje é inexplicável.
Teve uma rápida passagem entre 2000 e 2001, saiu e voltou para atuar como bombeiro em 2007. Explica-se: quando assumiu, a equipe estava mais voltada a lutar contra o rebaixamento á Série A-3. Carbone, de modo inteligente e sem alarde, promoveu uma reformulação no elenco e levou o time ao vice-campeonato da competição e o consequente.
O seu saldo no final é 42 vitórias, 26 empates e 24 derrotas. Aproveitamento de 55,1%. E um lugar de honra na história do Guarani.
(Elias Aredes Junior)