Se vivêssemos em um país decente e ético em todos os setores, a implantação da regra de limitação de troca de treinadores nas seríes A e B serviriam como um catalisador para moralização da gestão no futebol brasileiro. Os profissionais da bola não aceitariam mais qualquer proposta e os dirigentes teriam maiores cuidados.
Mas falamos do Brasil. Um lugar infelizmente afeito a desobediência das regras. Um lugar em que o desvio ético e moral faz parte do cotidiano. Pior: ficamos horrorizados apenas quando o deslize é do oponente, seja político ou futebolístico. O que queremos é sair por cima.
Somos uma sociedade corrupta. Fato duro e real. Algum desavisado deve falar ao ler estas linhas: “Ah, ele generaliza. Eu, por exemplo. não cometo corrupção, não piso na bola”. Tenho uma péssima noticia: todos nós estamos no mesmo balaio.
Jogar o lixo fora do cesto, furar fila de banco, comprar vacinas sem querer doar ao SUS, gente imunizando-se de modo secreto…a fila de pecados é imensa.
Diante disso, quem me garante que os dirigentes dos 40 clubes vão passar incólumes ao regulamento? Que não vão buscar uma brecha? E asseguro: se a falcatrua for descoberta, muitos torcedores vão aplaudir.
Evitar a troca de técnico é o menor dos problemas. Duro é segurar a propensão para a ilegalidade, que está no DNA no brasileiro.
(Elias Aredes Junior)