Análise Guarani: o papel do Renova e uma discussão que não pode ser adiada: a remuneração dos dirigentes estatutários

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Ricardo Moisés é presidente do Guarani. Admito que em comparação aos outros presidentes a sua administração é melhor. Mas em critério já exposto neste site: ele tira nota cinco em uma escola que exige nota 07. Logo, não é aprovado.

Não podemos ser hipócritas.

Boa parte de seu sucesso advém de uma eficiente costura política feita nos bastidores. E aqui não vai nenhuma depreciação a ação. A política, quando bem feita, é  salutar e positiva para uma comunidade.

Dentro deste processo o grupo Renova Guarani é essencial dentro do tabuleiro político bugrino. É este grupo político que na prática conduz os trabalhos no Conselho Deliberativo sem nenhuma turbulência e fornece quadros para trabalhos importantes, como a Fábio Araújo, que viabilizou a exposição de todos os balanços financeiros desde 1989.

Apesar da negativa do grupo de que apoia ostensivamente a atual administração, as atitudes em instantes emblemáticos fala mais alto. E nada contra a tal postura.

Considero, no entanto, que um passo adiante é vital.

Necessário.

Explico: vários de seus componentes quando são cobrados para ostentarem um protagonismo maior na vida politica do Guarani (leia-se presidência e presença no Conselho De Administração) sempre dizem (com total razão!) que o atual funcionamento do Guarani não permite que eles, profissionais liberais, saiam de seus afazeres em prol do clube. Explica-se: os cargos executivos estatutários no Guarani não são remunerados.

Acredito que para o bem do Guarani, estas figuras deveriam iniciar uma discussão madura e necessária sobre a remuneração dos principais cargos do clube. Ou seja: os sete componentes do Conselho de Administração.

Mais do que a Sociedade Anônima do Futebol, tal expediente seria um bálsamo para a vida bugrina. A remuneração dos dirigentes produziria automaticamente uma pressão maior pela profissionalização da instituição e abriria perspectiva de que outros quadros pudessem ocupar funções no Guarani. E o melhor: tais pessoas ganhariam a tranquilidade necessária para sustentar sua família.

Outros clubes brasileiros já seguem o exemplo.

Marcelo Paz, do Fortaleza, e outros 15 dirigentes já são remunerados. Bahia e São Paulo são outras agremiações que pagam seus condutores e legitimam a cobrança por condutas mais planejadas e profissionais. Sim, o São Paulo paga salário ao seu presidente e é um caos. Mas isto não pode fazer perder de vista as vantagens.

Penso que este é um tema que não pode ser ignorado dentro do Guarani. Para o bem do futuro do clube e solidificar um processo necessário de profissionalização.

(Elias Aredes Junior- foto de Thomaz Marostegan-Guarani Futebol Clube)