Thor fugiu de casa. Um cachorro. Vira lata. Seus “pais” ficaram desesperados. Perambulou por ruas e avenidas de Campinas. Puro, alegre, ingênuo. Eis que o destino lhe fez passar pelos portões do Majestoso. Com bom menino, o cãozinho aquietou-se na arquibancada no jogo contra o CRB, realizado no sábado e viu algo que não lhe era familiar: homens, mulheres, crianças, jovens, velhos. Todos em atitude enlouquecida. De repente, gritos e êxtase. Um gol. Thor ficou ali, impassível, paralisado. Mas ali ele tinha aconchego.
O jogo acabou, a Macaca assegurou a primeira vitória na Série e Thor tomou rumo incerto. Foi encontrado no final da noite pelos seus donos, de acordo com dados de reportagem do Globo Esporte.com. Thor não sabia, mas já era famoso. As redes sociais foram inundadas com fotos e memes do cachorro-torcedor.
De uma hora para a outra, o pontepretano passou a acreditar que o pet deu sorte. Que ele precisa encontrar-se presente nos outros 17 jogos em Campinas. O craque que faltava.
Superstição à parte, histórias como a do cachorro Thor fazem bem ao futebol.
Deixam a gente feliz.
Provocam um sorriso involuntário.
O futebol está cheio de exemplos em que animais fizeram um casamento tão forte com clubes que de repente viraram uma coisa só. O caso mais emblemático é de Biriba, que invadiu um jogo entre Flamengo x Botafogo em 1948 e despertou a superstição do presidente Carlito. Hoje, a figura em desenho do cãozinho simpático é parte da identidade botafoguense.
Os pontepretanos Dayane Santos e Wesley Ricardo são os guardiões do cachorro Thor. Um casal de pontepretanos. Independente se quiserem colocar o cachorro para dentro do Majestoso de agora em diante, uma lição já está cravada: são histórias como a de Thor que fazem o futebol valer a pena. Dá combustível para que possamos lutar pelo principal: que um dia o amor prevaleça sobre o ódio nas arquibancadas.
(Elias Aredes Junior-Foto Redes Sociais)
