Lisca e ambiente tóxico do futebol. Ali, todo mocinho vira vilão

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Escrevo às 17h20. Dia 19 de julho. Lisca está a um passo de assumir o Santos. Está há 22 dias no Sport. Trabalhou sob pressão diante do Vila Nova. O empate por 0 a 0 ficou em segundo plano. Todos queriam saber se ele iria pedir demissão. Não pediu.

Hoje, terça-feira, mudou de discurso. Admitiu que está interessado no Santos. O mundo caiu sob sua cabeça. Conduziu uma negociação esquisita, atrapalhada, cheia de erros e equivocada.

A memória trabalhou. Lembrei de dois episódios do futebol campineiro. No dia 07 de outubro de 2015, a Ponte Preta foi sacudida com o pedido de demissão de Doriva. A Macaca era a nona colocada com 41 pontos. Fazia um bom campeonato, sólido. Doriva largou tudo.

No dia 02 de janeiro de 2018, Fernando Diniz, hoje no Fluminense, sequer chegou a estrear no Guarani. Pediu demissão para assumir o Athletico-PR. Deixou o Guarani na mão, que deu uma chance a Umberto Louzer. O resto é história.

Resumo da ópera: não tripudie apenas sobre Lisca. “Tudo me é licito. Mas nem tudo me convém”. Está na Bíblia Sagrada. Primeiro livro de Corinthians, capítulo seis, versículo 12. Lisca falhou. Feio. Mas convenhamos: o ambiente tóxico do futebol colabora para tal estado de coisas.

(Elias Aredes Junior com foto de Nayra Halm / Staff Images)