O torcedor do Guarani vive cheio de dúvidas. Muitas perguntas não tem respostas. Os questionamentos ficam acumulados em algum canto da alma. Entra campeonato, sai campeonato e os jogadores e as comissões técnicas montadas não conseguem corresponder as expectativas.
Quem senta na arquibancada parece que está dentro de um labirinto, cheio de paredes e armadilhas e que não oferece nenhuma saída.
Vamos refletir. Por exemplo: por que o Guarani não fazer uma campanha surpreendente no Paulistão? Já está na sua quinta participação desde que subiu na Série A-2 em 2018 e o roteiro é o mesmo: campanha decepcionante ou regular na primeira fase, disputa de quartas de final com eliminação frustrante ou na melhor das hipóteses a disputa de um Torneio do Interior- agora Independência que, no fundo, não acrescenta nada.
Enquanto isso, clubes de menor porte exibem um desempenho mais consistente. E em algumas vezes sequer têm calendário para o segundo semestre. Repito a pergunta: por que?
Acrescento: por que técnico nenhum emplaca bom trabalho no Guarani durante o Paulistão?
Osmar Loss fracassou em 2019; Carpini foi um pouco melhor e depois não resistiu ao processo de fritura na Série B de 2020.
Depois, em 2021, em nenhum momento Allan All agradou ao torcedor. Decepção do começo ao fim. No ano passado, apesar do sexto lugar na Série B, Daniel Paulista caiu de produção e sua cabeça foi pedida no começo da segundona nacional.
Neste ano, o filme foi repetido. Mozart não agradou em tempo algum e a sensação foi a de que a demissão ocorreu fora do tempo adequado. A ausência de resposta martela na cabeça do torcedor: por que tamanha rotatividade? Se o problema é estrutural porque não é resolvido? Dúvidas, perguntas, questionamentos que ninguém responde.
Assim como é intrigante uma indagação que não pode ser esquecida: por que uma disputa tão ferrenha pelo poder no Guarani? Você pode alegar a vaidade como combustível supremo.
Como? O Guarani hoje tem as finanças controladas mas está longe de ser competitivo sequer na Série B. Tem potencial para, no máximo ficar entre os 10 primeiros. Acesso? Pode acontecer mas uma conjunção de fatores teria que aparecer no horizonte. Então descartemos a vaidade.
Querer eternizar o seu nome na história? Ora, querer entrar para a história como o presidente que entregou o Brinco de Ouro para a demolição? Não, não encaixa.
Como acreditamos com sinceridade e sem nenhum pingo de ironia que não há qualquer péssima intenção nas duas chapas, só podemos chegar a conclusão de que a paixão pelo clube é tamanha que a racionalidade vai para o espaço. O que não deixa de ser uma atitude que não fornece conclusões definitivas.
Em resumo: o passado do Guarani é tenebroso. O presente é desanimador. E o futuro é um tiro no escuro.
Resta ao torcedor rezar e torcer por dias melhores. E que ele encontre os enunciados adequados para questionamentos tão pertinentes e que até hoje convivem com o vácuo.
(Elias Aredes Junior- Com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)