O Guarani busca atacantes. Quer um armador. O Guarani quer retomar às suas raízes históricas. E existe algo ausente da trajetória bugrina: o gol. Sim, o momento máximo do futebol. Aquilo que consagrou craques do passado como Careca, Jorge Mendonça, Luizão, Amoroso e Evair. Balançar as redes e levantar os punhos parecia algo presente na rotina do torcedor bugrino nas décadas de 1970, 1980, 1990 e algumas temporadas deste Século 21. Não é mais.
No Campeonato Paulista deste ano foram 16 gols em 14 jogos, média de 1,14 por jogo. Na Série B do ano passado, novo desalento com 33 gols em 38 rodadas, o que dá 0,86 gols por jogo. Uma média que poderia ter sido pior caso Yuri Tanque não tivesse sido contratado. A pobreza de gols foi sustentada no Paulistão de 2022, com 13 gols marcados em 13 confrontos. Convenhamos: é pouco. Muito pouco.
Qual a última vez que o setor ofensivo produziu orgulho? Na Série B de 2021, quando o ataque formado por Régis, Andrigo e Bruno Sávio anotou 54 gols na competição, uma média de 1,42 por partida. O ataque bugrino só foi inferior ao do Botafogo, campeão da edição, com 56 gols anotados.
Por que a fonte secou? O que aconteceu? Penso que o Guarani nos últimos tempos fez escolhas erradas e por vezes os treinadores foram obrigados a jogar na defesa, e na base do contra-ataque. Tanto que os ídolos recentes não foram armadores e atacantes, e sim atletas como Richard Rios e Rodrigo Andrade. São ofensivos? Sim. Criativos? Não há dúvida. Mas são volantes. O DNA defensivo encontram-se neles.
O próximo ciclo de contratação é emblemático para o Guarani. É preciso contratar com qualidade e com exígua margem de erro. Algo que já foi feito pelo próprio Rodrigo Pastana no ano passado. E de preferência que resgate o espirito histórico do Guarani, que sempre foi voltado ao ataque.
Díficil? Não discordo. Mas o que seria do futebol sem os desafios. Mãos à obra.
(Elias Aredes Junior com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)