Ravanelli não merece ser jogado na vala dos cabeças de bagre

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Na partida contra a Ferroviária, torcedores da Ponte Preta ficaram decepcionados com a atuação do armador Ravanelli. Nas redes sociais, hipóteses são levantadas para substituir o jogador portador da camisa 11. Considero o conceito equivocado. Existiram fatores presentes no Majestoso que impediram um bom rendimento desta revelação das categorias de base.

Faça um Flash back e relembre o amistoso contra o Palmeiras. Ravanelli ficou posicionado na meia direita e geralmente terminava bem as jogadas. Teve participação efetiva na armação e até chegava para concluir.

Contra a Ferroviária, tudo mudou. Primeiro pela ausência de Wendel. Segundo pela inexplicável timidez de Matheus Jesus em diversas passagens do jogo. Ao invés de utilizar a força física e sua velocidade para executar a transição defensiva, sua preocupação primordial foi marcar, marcar e marcar. Pior: seja com Jadson ou com João Vitor, a bola que saía da defesa era por intermédio do lançamento longo para o trio de atacantes formado por Lucca, Pottker e Ramon. Resultado: Ravanelli, incumbido da criação, quase não participava do jogo. Pergunta: como exigir rendimento do garoto se ao invés do clássico soccer, a Macaca tinha instantes de futebol americano?

Não há como abrir mão de Ravanelli. É um jogador capaz de segurar a bola, ditar o ritmo do jogo e colocar a casa em ordem, requisito fundamental para sobreviver ao sufoco a ser empreendido pelo confronto da Copa do Brasil diante do Campinense.

Paciência com Ravanelli poderá angariar um saldo interessante, ao contrário do que acontece com alguns atletas do elenco, que só recebem chances e nada fazem. Pior: afundam o time em momentos estratégicos. Ravanelli não merece ser jogado na vala dos cabeças de bagre.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Fábio Leoni-Pontepress- atualizado as 17h13)