O futebol virou casa de doido. O que é treinado hoje não vale amanhã. A arma secreta do domingo fica banal na quarta-feira. Após o empate com o Oeste por 0 a 0 o Guarani passou a lidar com tal cenário. Longe de considerar que o time foi um desastre, mas algumas estratégias ficaram datadas.
A principal: o lançamento longo. Qual o procedimento? Um zagueiro ou volante, posicionado na zona intermediária fazia um lançamento na direção da grande área adversária, de preferência em local privilegiado para Eliandro.
O centroavante, forte e com explosão física, ganhava do oponente e tinha a chance de completar para o gol ou oferecer condições plenas a um companheiro. Foi assim contra o Figueirense, diante do Sertãozinho na Série A-2, entre outros confrontos.
O que fez Roberto Cavalo? Além de fechar e compactar o meio-campo, orientou seus beques e cabeças de área a se anteciparem a Eliandro. Ou seja, evitar o combate direto o que na prática viabilizava uma nova posse de bola ao time de Barueri. Resultado: o camisa 9, apesar de ter lutado, quase não teve chances.
Outra saída treinada, a virada de jogo, está manjada. Funciona assim: alguém posicionada na direita, por exemplo, faz a virada de jogo para o outro lado e assim provoca o deslocamento da marcação do oponente, algo que geralmente funciona se existir um ala veloz para buscar a linha de fundo e pegar todo mundo desprevinido. Roberto Cavalo não se fez de rogado e orientou para que os lados do campo ficassem atentos e evitassem a cilada.
Então podemos dizer que acabou? Nada disso. Por contar com atletas habilidosos e talentosos como Fumagalli, Juninho, Luiz Fernando e Bruno Nazário, o Alviverde tem condições de trabalhar o toque de bola e a progressão pela faixa central ou ainda as triangulações pelos lados. Só para recordar: todas as chances do Guarani diante do Oeste sairam assim.
Complemento ideal seria um volante rompedor, capaz de incutir velocidade, produzir um rompimento das linhas de defesa. Auremir e Evandro são marcadores e não tem aptidão; Betinho e Richarlyson são esperanças para a construção deste novo Guarani.
(análise feita por Elias Aredes Junior)