Nenhuma estratégia é infalível. Sempre abre brechas. Em um piscar de olhos tudo vai por água abaixo. Digo isso para analisar a confusão ocorrida antes do jogo entre Red Bull e Palmeiras, em que integrantes da Mancha Verde tentaram invadir a sede da Torcida Jovem, da Ponte Preta, que fica nas proximidades do estádio Moisés Lucarelli, local da partida. A Policia Militar precisou utilizar gás de efeito moral e balas de borracha para dispersar as pessoas.
Acontecimentos registrados em uma partida com 10.389 pessoas, a maioria palmeirenses. Qual a lição? De que abraça a incoerência de quem considera a torcida única para a cura de todos os males da violência no futebol. A confusão demonstra ineficiência do serviço de inteligência da Polícia Militar e do próprio Ministério Público. Falharam ao não relembrarem que Campinas tem uma terceira equipe. Que utiliza o Majestoso como sede dos seus jogos. E por uma questão financeira, todos os clubes médios e pequenos recebem pelo menos um gigante em seus domínios durante o Paulistão. Traduzindo: chance de renda.
Como o Red Bull Brasil não tem uma torcida expressiva em Campinas e região, seria obvio que qualquer gigante teria prevalência nas arquibancadas. Todas as principais torcidas da capital têm filiais na Região Metropolitana de Campinas. Todas tem rixa com torcedores do Guarani ou da Ponte Preta. Por outro lado se instituir torcida única nos confrontos do Toro Loko, a sua direção terá todo motivo de reclamar porque não terá arrecadado o que obteve os concorrentes. De maneira racional, não há lugar para correr.
Apostar na torcida única sem levar em consideração às característica de cada time e de seus forças é dar um tiro no pé. É uma atitude de força e que no final das contas só coloca o problema para debaixo do tapete. Sem um trabalho focado na apuração dos baderneiros e consequente preservação das torcidas organizadas e um intenso trabalho educativo de médio e longo nem jogo sem torcida resolverá o problema da violência. Quem quer arrumar confusão faz em qualquer lugar.
(análise feita por Elias Aredes Junior)