A história da Ponte Preta no Brasileirão é um livro aberto. Qual será o final?

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A campanha da Ponte Preta é decepcionante? Poderia ser melhor? Produz preocupação? Estas inquietações se encontram na mente do torcedor em relação ao desempenho no Campeonato Brasileiro. Existe um temor de que o fantasma do rebaixamento retorne com força. Por enquanto, o saldo é calcado na realidade: mesmo equipes com técnicos competentes (Eduardo Baptista), jogadores com poder de decisão (Roger, Wellington Paulista e Thiago Galhardo) e torcedores apaixonados padecem por causa da disparidade econômica vigente no futebol nacional, em que poucos ficam com quase tudo e muitos não tem quase nada.

A hora é de fazer ajustes e entender que a história da Macaca ainda será escrita na competição. A manutenção na divisão de elite ou a busca de algo a mais depende apenas dela.

Faça um retrospecto. O ano de 2015 foi um ponto fora da curva. Em todos os ângulos. Na ocasião, após quatro rodadas, a Macaca era a terceira colocada, com oito pontos, viabilizados por duas vitórias e dois empates. E o restante do G-4 era formado por Atlético-PR, Sport e Goiás, sendo que este último foi rebaixado ao final de 38 rodadas. Pense, reflita. Um G-4 sem a presença de nenhum gigante do futebol brasileiro é algo, no minimo, incomum, concordam!? Pois é.

Nos outros anos, a Macaca construiu uma largada típica de uma equipe desfavorecida pelas condições econômicas. Em 2012, com quatro jogos disputados, a Macaca tinha três pontos e estava na 15ª colocação, após uma derrota para o Atlético Mineiro e empates para Atlético-GO, Flamengo e Figueirense. O final da história todos conhecem: a 14ª posição com 48 pontos.

No ano seguinte, uma vitória contra o Flamengo não escondeu os problemas na montagem do elenco e os conflitos entre a diretoria e o então técnico Guto Ferreira. Após quatro jogos, a Macaca estava na 17ª colocação e na zona da degola. Resultado: no final do turno inicial, a zona do rebaixamento era presente com 15 pontos. Nem a reação comandada por Jorginho no segundo turno e a participação na final da Copa Sul-Americana conseguiram evitar o rebaixamento com 37 pontos.

Hoje, a Alvinegra tem quatro pontos e está na 15ª posição. Um desempenho muito aproximado daquilo que fez em 2012 e em 2013. Em um ano respirou aliviada. No outro lamentou o insucesso. Qual será a trilha a ser seguida agora? Se não perder a calma, incentivar o técnico Eduardo Baptista e fazer os ajustes necessários, a chance de uma boa campanha é relevante.

Não é hora de incendiar o ambiente com cobranças desproporcionais. Infelizmente, as limitações financeiras impedem a contratação de jogadores de ponta. E mesmo aqueles que teoricamente estão ao alcance da Macaca não são fáceis de se viabilizar. Basta relembrar a momentânea frustração com a operação de recontratação do zagueiro Renato Chaves, hoje reserva de Gum e Henrique no Fluminense.

Olhar de modo mais amplo é necessário e urgente. Basta pegar os bons exemplos fornecidos pela história da bola. Sabedoria é tudo. Inclusive no futebol.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Fábio Leoni-Pontepress)