Não sei se é um fato positivo ou negativo. Não tenho ideia se estão preparados para um Plano B em caso de mudança de conjuntura. O que dá para dizer e apostar é que a Ponte Preta novamente caminha para ficar refém de um treinador. Eduardo Baptista tem uma personalidade forte, exibe afeição pelo estudo e pelos detalhes. Características também presentes em Guto Ferreira e Gilson Kleina, os últimos a deixarem órfãos muitos torcedores da Macaca. Pudera. Os resultados falaram alto. Até hoje.
Foi com estudo e meticulosidade que Eduardo Baptista montou um time para confundira marcação palmeirense e venceu. Foi sua determinação pelos detalhes que fizeram com que colhesse uma vitória contra o América Mineiro e ficou a poucos minutos de colher um empate contra o Grêmio.
Foi com tal dedicação que anulou o contra-ataque da Chapecoense e faturou os três pontos. Perceba no gramado uma equipe compactada, com jogadores entregues ao trabalho de marcação e uma solidariedade poucas vezes vista e observada. Narradores poucas vezes citam o nome do polivalente Felipe Azevedo, preocupado em auxiliar na marcação e muitas vezes abrindo espaço no setor ofensivo para a entrada nos companheiros para o arremate. Que ninguém se iluda: tem dedo do treinador. Fruto de treino e repetição.
Assim como Eduardo Baptista colabora e muito para Fábio Ferreira produzir de modo consciente e não comprometer do mesmo jeito que fazia no Botafogo e no Corinthians. Mais: jogadores que até agora decepcionam como o atacante Clayson e o volante Renê Junior tem espaço para a recuperação devido ao fato de estarem inseridos em uma mecânica de jogo complexa mas solidificada.
Diante daquilo que fez na parte inicial da temporada, existem motivos mil para comemorar. Em pouco tempo, Eduardo Baptista transformou a Ponte Preta em um time competitivo. Ou dá para esquecer do fantasma do rebaixamento presente no último Paulistão?
Se traz alívio por um lado, por outro produz apreensão. Diante do seu novo bom trabalho em uma equipe de médio porte no futebol brasileiro, Eduardo Baptista reconstrói sua credibilidade. Se tudo correr bem e a Macaca terminar o turno inicial com uma pontuação saudável (algo na faixa de 24 a 28 pontos), a diretoria da Ponte Preta não pode vacilar: chame o treinador para uma conversa e viabilize um acerto que permita sua presença por mais tempo e que lhe compensação financeira esperada. Sem um trabalho adequado de médio e longo prazo não há como pensar em vôos mais altos. E Eduardo Baptista fica cada vez mais integrado ao futuro.
(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Thiago Toledo-POntepress)