A expectativa pela saída ou permanência de Lucca na Ponte Preta é a prova cabal de como o elenco participante do Brasileirão teve lacunas que não serão preenchidas até dezembro.
O temor pela saída de um atacante que marcou 10 dos 23 gols da equipe na competição mais difícil da região Sul-Americana comprova como a falta de cuidados deixou a alvinegra campineira em pandarecos.
Se Lucca for embora nos acréscimos da janela de transferência ao exterior, na prática os gols ficarão a cargo de Emerson Sheik e Léo Gamalho. Renato Cajá? Fora de combate e não inspira confiança. Maranhão? Felipe Saraiva? Esqueça. São, no máximo, bons coadjuvantes.
Ao fazer uma visita no grupo formado no ano passado veja a relação dos artilheiros pontepretanos. William Pottker fez 14 gols e foi o destaque da competição enquanto que o segundo lugar na equipe ficou com Roger, autor de oito gols. Felipe Azevedo balançou as redes por cinco vezes e até jogadores contestados deixaram sua marca como Clayson (três gols), Rhayner (dois gols), Reinaldo (dois gols). Todos com qualidade comprovada e de bom potencial técnico.
Roger, por exemplo, desligou-se na reta final do Brasileirão ao firmar acordo com o Botafogo e mesmo assim a Macaca continuou com boa produção. Basta dizer que o atleta saiu no dia 03 de novembro e a Ponte Preta jogou mais cinco vezes e marcou seis gols. E venceu dois jogos, contra o Fluminense ( 1 a 0) e Coritiba ( 2 a 0). Não é um sinal de que o setor ofensivo teve melhor montagem do que neste ano? Sim é a resposta.
Dificuldades existiram para buscar contratações? Os gigantes do futebol brasileiro invadiram a área de mercado que atuava a Ponte Preta? Tudo isso é verdade. Mas também inequívoco constatar a falta de criatividade nas contratações ou quando surgiu algo novo foi na base do sufoco. Ou para apagar incêndio, como os casos do atacante Luis Alí e do volante Jorge Mendonza.
Para arquitetar o sistema ofensivo para o Brasileirão, a Alvinegra dependeu da vontade de um parceiro de longa data para emprestar um atleta a partir do Paulistão (Lucca) e um jogador de alto quilate técnico, mas sem espaço nos gigantes, caso de Emerson Sheik. Negueba, Maranhão e outros menos cotados nunca foram protagonistas no passado. Não seriam nesta altura dos acontecimentos na Ponte Preta.
Resumo da ópera: o desespero gerado por uma possível partida de Lucca é mais um sintoma de erros cometidos na formulação da equipe. Tomara que não acarrete em consequências desastrosas.