Não há como dourar a pílula: o jogo contra o Cruzeiro será o principal desafio do Guarani nesta fase da Série B do Campeonato Brasileiro. O técnico Felipe Conceição perdeu três peças importantes. A Covid afastou Rafael Costa e Arthur Rezende e Junior Todinho estará suspenso.
Para complicar, o próprio técnico não estará a beira do gramado. Está suspenso pela expulsão diante do CSA.
O quebra cabeça fica difícil se levarmos em conta que ainda tem um jogo contra um gigante em plena recuperação. O Cruzeiro sob o comando de Luiz Felipe Scolari tem 83% de aproveitamento e aos poucos afasta-se da zona do rebaixamento.
Tudo está perdido? Nem tanto. É preciso entender o contexto para utilizar as armas adequadas.
Comecemos por compreender o que é o Cruzeiro. Sob o comando de Enderson Moreira, a equipe tentava compactar, tocar a bola de modo rápido e chegar ao gol adversário com arremates muitas vezes dentro da área. Lembre-se da vitória cruzeirense contra o mesmo Guarani no turno inicial e sabe do que falo.
Após ficar perdido na gestão de Ney Franco, ocorreu um casamento perfeito entre equipe, Felipão e o estilo exigido na Série B.
Por que? Felipão não tem vergonha nenhuma em adotar uma marcação mais pesada e que dificulte as ações dos oponentes. Trabalha a bola de modo mais vertical e centraliza todas as suas principais ações na bola parada e na jogada aérea, expediente utilizado no gol da vitória marcado por Airton contra o Botafogo de Ribeirão Preto.
Saída: primordial a equipe ser dotada de uma estatura média satisfatória para com isso evitar o expediente. E reforçar a marcação pelos lados do campo e com isso dificultar as ações dos laterais cruzeirenses. E vou além: apesar da atuação decepcionante, Murilo Rangel pode ser útil, seja no meio-campo ou até como um centroavante improvisado.
O cobertor é curto, mas se souber dosar o Guarani pode passar pela tempestade.
(Elias Aredes Junior)