Análise: as trapalhadas e erros da demissão de Vadão no Guarani

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In this photo released by Maritime New Zealand, the Rena, grounded on the Astrolabe reef 14 miles (22 kilometers) from Tauranga Harbour on New Zealand's North Island, is seen Thursday, Oct. 20, 2011. After a three-day break due to bad weather and rough seas, the agency Maritime New Zealand says nine salvage workers reboarded the Rena and resumed pumping oil Thursday afternoon. The ship has been stuck on the Astrolabe reef near Tauranga harbor since Oct. 5 and has spilled about 350 tons of oil into the ocean. (AP Photo/Maritime New Zealand) EDITORIAL USE ONLY

Impossível deixar de analisar o processo de demissão do técnico Oswaldo Alvarez do Guarani. Queiramos ou não, a incompetência e a falta de sensibilidade dos dirigentes bugrinos ficaram evidenciadas. Escancarada. Para quem tem um mínimo de preocupação com o futuro já chegou a conclusão de que falta malícia, tarimba e sabedoria por parte dos personagens para conduzir o futebol de um clube do tamanho do Guarani.

O primeiro erro foi o dia e maneira da demissão. O jogo foi no sábado à noite e dirigentes com esperteza fariam o simples: assim que a delegação chegasse em Campinas no domingo ocorreria a reunião para sacramentar a demissão do treinador. Guardadas as devidas proporções, relembre como foi a saída de Zé Ricardo do Flamengo. Derrota para o Vitória no período da manhã, reunião de avaliação à tarde e desligamento no período da noite. Sem enrolar. Direto no assunto. Até porque o patrão tem três direitos: contratar, promover e demitir. Desde que tudo seja feito com dignidade. Um requisito que foi esquecido em todo o processo.

Pior: as evidências levam a crer de que Marcelo Cabo já estava contratado antes da demissão de Vadão. Pergunto: como elogiar a diretoria do Guarani? Como encontrar pontos positivos?

Outro erro crasso foi observado na entrevista coletiva dos dirigentes bugrinos. Um deles tomou a postura equivocada de não só de tentar constranger os repórteres presentes como de tentar censurar perguntas e insinuar avaliação sobre a linha de pensamento dos profissionais. Um aviso aos dirigentes do Guarani: a liberdade de imprensa e de expressão é conceito inegociável na democracia moderna. Vale também para o futebol.

E para terminar o enredo trágico, dá para inocentar apenas o presidente Palmeron Mendes Filho e Horley Senna, que tiveram a dignidade de ligar para Vadão, pedir desculpas por todos os acontecimentos e reafirmar que seus direitos serão quitados. E o restante? Escondidos sob o manto da novidade da contratação de Marcelo Cabo e de Luciano Dias como coordenador de futebol.

Aliás, um adendo: Luciano Dias, excelente profissional da bola, involuntariamente, pode de agora em diante servir de escudo para as próximas trapalhadas tramadas no queijo, a sede administrativa do Brinco de Ouro. É a conjugação do velho verbo: nós ganhamos(dirigentes), eles (o adversário) empataram e vocês perderam (jogadores, comissão técnica).

O futebol é matreiro. Para conseguir os resultados desejados é preciso experiência, tarimba, estudo e busca de informações de modo incessante. Sinceramente, não dá para pensar que só de olhar a lua cheia você tenha conhecimento da esfera que rola pelos gramados do Brasil e do mundo. Humildade é o ingrediente dos vencedores. Sempre.

(análise feita por Elias Aredes Junior)