A atitude mais fácil no dia seguinte ao dérbi 196 é criticar o comportamento de Roger pelo descontrole após o apito de Salim Fede Chavez. Participou de uma pancadaria generalizada, foi expulso e vai prejudicar a equipe quando o futebol retornar da quarentena do Coronavirus.
O histórico dele permite chegar a tal conclusão. Uma postura que apaga até o gol anotado, o primeiro no clássico campineiro. Repito: criticas justas e que não merecem reparo.
Agora, precisamos ser justos. Desde que foi revelado pela Macaca, em 2005, talvez Roger só se sentiu respaldado para exibir o seu futebol quando foi comandado por Marco Eberlim na diretoria de futebol e era uma revelação das categorias de base. Como Eberlim era um dirigente que assumia a bronca e ficava na linha de frente, a pressão que recebia não era brutal.
Um quadro inexistente nas suas outras passagens. Em todas as ocasiões, Roger recebeu uma carga emocional exacerbada e tinha obrigação de decidir. Provar o seu valor. Produzir em alta escala todo jogo. Para completar, torcedores cobraram e cobram todo jogo pela sua passagem no Guarani.
Pergunto: nestas passagens, qual dirigente deu respaldo? Quando uma psicóloga deu suporte para que ele administrasse tais responsabilidades? E vou além: quem suportaria tamanha carga sem pirar?
Criticar Roger de modo doentio e desenfreado é apenas uma cortina de fumaça que esconde uma equipe que não dá suporte suficiente aos seus atletas de alto rendimento e depois de certa forma jogam eles na arena para serem devorados pelos leões. Uma covardia. Pela dedicação e amor a Ponte Preta, Roger merece ser criticado, jamais crucificado.
(Elias Aredes Junior- com Álvaro Junior-Pontepress)