Análise: Elogiar a atuação pontepretana no dérbi é contentar-se com muito pouco

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Assim que terminou o empate sem gols entre Guarani e Ponte Preta, um ex-dirigente pontepretano me interpelou no Whatsapp. Não se conformou com a linha do texto que retratou o jogo.

Quase em tom de censura, protestou contra aquilo que foi dito.  Pois reafirmo aquilo que eu disse e vou além: tem torcedor pontepretano que se contenta com muito pouco.

Analisar futebol não é apenas contar os chutes a gol dados contra o adversário. Se for por esse ângulo de análise, é logico que a atuação da Ponte Preta não seria desprezível. Mas futebol vai muito além disso.

Nos 90 minutos, em pouquíssimas oportunidades, a Ponte Preta foi capaz de construir uma jogada a partir do campo defensivo. Apelava para o chutão, para a ligação direta ou forçava a falta para reiniciar a jogada. Só existia um problema. Edilson, apesar da força física e da volúpia não encontrava parceria para buscar a linha de fundo enquanto que Guilherme Guedes não mostrava coragem e aptidão.

Acrescente a inoperância de Lucas Mineiro tanto para fechar o espaço defensivo como também para chegar com qualidade. Washington? Típico cão de guarda.

O que sobrava? Um Camilo atarantado e Renato Cajá disposto, raçudo, mas com claras limitações físicas. O que restou? Jogar no erro do adversário e esperar algum vacilo.

E de certa forma boa parte das oportunidades da Macaca surgiram por intermédio desse expediente. Boa parte do tempo a Ponte Preta jamais adiantou a marcação. Teve força física no segundo tempo e deu trabalho muito mais pela falta de fôlego do Guarani do que por sua eficiência. É muito pouco para uma equipe que sonhava com o acesso.

Repito a pergunta: como celebrar e comemorar um desempenho tão deficiente?

Gilson Kleina vai dizer que pode chegou na reta final do campeonato e não dá para fazer algo miraculoso. Ou que a característica da Série B pede essa característica. Acredito que a Série B pede futebol de qualidade. E isso esteve muito longe de acontecer no Brinco de Ouro.

(Elias Aredes Junior)