Análise Especial: a falta de noção de cidadania do mundo da bola e o transtorno para o cidadão campineiro

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O derbi do Campeonato Paulista está marcado para o dia 16 de março. Fato consumado. As televisões por assinatura explodem de alegria. Terão um produto atraente para transmitir. A torcida bugrina fará a mobilização necessária para encher o estádio Brinco de Ouro. Gilson Kleina e Thiago Carpini podem fazer o planejamento até o dia 16 de março.

No planeta bola, tudo perfeito. O que espanta é a constante alienação dos personagens do mundo do futebol da vida em sociedade. Incluindo jogadores, dirigentes e cronistas esportivos.

Nem Federação Paulista ou emissoras de televisão tiveram a ousadia de perguntar os impactos da realização em um dia útil e com calendário escolar em vigor. Ninguém sequer pensou na questão do trânsito.

Um cenário é fechar o transito no final de semana. Outra totalmente diferente é final de expediente, pessoas saindo para se dirigirem às suas casas e com desejo de encontrar um trânsito decente.

Transporte coletivo? O horário de pico já é embaraçoso em Campinas com ônibus sucateados, motoristas de aplicativo na disputa de espaço e gente com pressa de ir embora ou dirigir-se ao próximo compromisso, que pode ser uma aula na faculdade. Existe uma clara dificuldade para atender a demanda.

O jogo será às 20h. Certamente a partir das 18h as imediações do Brinco de Ouro já receberá tanto a torcida como os participantes do espetáculo. E a população tentará viver sua rotina. Disse bem: tentar.

Por que o dia 16 de março terá tudo para ser uma dor de cabeça para o cidadão campineiro. Mas o futebol não se importa. Uma pena.

(Elias Aredes Junior)