Análise Guarani: devemos desculpas a Marcus Vinícius Beck Lima

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O futebol é o reino da injustiça. Todos os dias avaliações equivocadas são propagadas e profissionais pagam o pato. Uma sequência de derrotas e o treinador é demitido. Um pênalti mal batido e o camisa 10 cai em desgraça. Um lance infeliz, o frango engolido e o mundo desaba na cabeça do goleiro. Os vilões são apurados dia após dia. Mesmo que depois sejam descobertos como mocinhos.

O Guarani é parte do clichê. Assim como outras agremiações, comete erros de avaliação. A imprensa (no qual eu me incluo) também. Sem contar a torcida. Na base da irracionalidade procura um judas para satisfazer sua sede de vingança.

Hoje, o Guarani é líder da Série B com 19 pontos. Penso que todos nós, dirigentes, jornalistas, torcedores devemos um pedido de desculpas ao ex-gerente de futebol Marcus Vinicuis Beck Lima.

Sim, porque após o fracasso na Série A-2 do Campeonato Paulista tiramos a equivocada conclusão de que o time não prestava. Ninguém deveria ser usado para a sequência da temporada. Era preciso desmontar tudo e apostar em gente tarimbada.

Pois hoje podemos chegar a conclusão que o erro fatal foi a contratação de Ney da Matta, este sim, um profissional aquém das exigências do calendário bugrino. Uma decisão, aliás, do Conselho de Administração comandado por Horley Senna, Que não queria sua demissão após os resultados ruins e embates com Fumagalli. Mauricio Barbieri só chegou respaldado por Marcus Vinicius. Seis jogos depois, a demissão e a contração de Vadão. Que demonstrou por A mais B a possibilidade de arrancar potencial da equipe montada por Marcus Vinicius. Que cometeu erros de avaliação sim, como Uederson.

Entretanto, na vitória contra o Náutico, dos 11 titulares, 10 eram titulares na segundona paulista. Vadão fará as trocas? Sim, até porque é impossível deixar no banco de reservas gente do naipe de Ewerton Páscoa, Richarlyson ou Juninho.

Entretanto, a conta é simples. Se o Guarani chegar no mínimo a 48 pontos e assegurar a permanência na Série B, 39,58% desta pontuação foi obtida pelo executivo de futebol escolhido como bode expiatória. Se o ápice for desgustado, ou seja, o acesso, o percentual do colaboração do ex-dirigente será de 28,78%. Ou seja, para o bem ou mal, Marcus Vinicius terá participação na campanha bugrina na Série B do Brasileirão. Nem preciso dizer que se o pior acontecer ele também responsabilidade.

Independente disso, o tempo mostrou que boa parte de nossos conceitos estavam equivocados e que, na pior das hipóteses, os jogadores da Série B podem sim fazer parte do elenco. Ou até lutar pela titularidade. Diante disso, não há outra maneira de terminar o artigo: pedimos desculpas Marcus Vinícius. E espero que você as aceite.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

7 Comentários

  1. Muito menos, mas muito menos mesmo.

    Leandro Santos, Lenon, Genilson, Auremir, Evandro, Fumagalli e Eliandro já estavam no elenco desde o ano passado. Ou seja: não tiveram nenhuma participação deste rapaz que você gosta de escrever o nome completo. No máximo, méritos para Rodrigo Pastana e a estrutura da Magnum do ano passado.

    Escarafunche os números da A2 um pouco mais. Foram 5 derrotas. Em 3 delas, Denis Neves e Uederson começaram como titulares. Curiosamente, ambos jogavam pelo lado esquerdo, de onde sairam as jogadas dessas derrotas (o pênalti em Batatais foi uma vergonha e o Capivariano deitou e rolou por ali).

    De novidade com relação ao ano passado, ou seja, onde esse tal Marcos Vinicius poderia ter colocado a mão, apenas Diego Jussani, algum lateral esquerdo (Salomao, Eron…), Bruno Nazário (que chegou esse ano através do empresário-filho de presidente) e o substituto do Uederson (Claudinho, Samudio…).

    Disso, eu depreendo que a Série C não é tão desnivelada tecnicamente da Série B. E nada mais.

    O time da Série C piorou com Denis Neves (e sem Gilton, para desgraça da imprensa puxadora de saco de Denis Neves) e Uederson na Série A2. Foi tirar essas ínguas que o time se arrumou muito mais.

    Mas você prefere exaltar individualidades… que pena.

  2. E felizmente, esse rapaz foi embora.

    Veio para Campinas para marcar ônibus e hotel de concentração e saiu sendo responsável pela gestão do futebol. Foi um fracasso. Mauricio Barbieri, trazido por ele, teve um aproveitamento pior que o do Ney da Matta (jogando com mais rebaixáveis do que seu antecessor).

  3. Para terminar: podemos agradecer esse rapaz por contratar o goleiro Luiz Henrique? Quantos pontos perdemos por causa dele? Um pênalti defendido contra a Votuporanguense foi a única contribuição em meio a desastrosas saídas de bola contra Penapolense e outros times minúnculos..

  4. Elias, parabéns pela matéria! Eu tinha pensado exatamente nisto. A “cúpula do futebol” estava muito confiante no elenco montado para a Série A2. Estavam certos agora? Apenas pelo fato de Vadão ter utilizado a base logo na primeira rodada, mostra que eles estavam corretos.

  5. Que Páscoa e Richarlysson tem tudo para, com o tempo, assumir a titularidade, isso é a mais pura verdade. Agora, Juninho como titular? Piada de mal gosto, hein Elias? Todas as vezes que entrou, não mostrou a que veio.

    Quanto ao artigo como um todo, parabéns pela humildade. É por essas e outras que precisamos ter cautela e sermos ponderados nas críticas: podemos estar errados e o mundo dá voltas.

  6. Eu não entendo dessa maneira. O início da montagem do elenco que disputa a série B começou com Rodrigo Pastana, na série C (a partir daí, o Guarani montou sua base: Leandro Santos, Lennon, Genílson, Gilton, Auremir, Evandro, Fumagalli e Eliandro). O Vinicius teve participação na montagem do elenco, mas não foi mérito só dele. Além disso, o torcedor bugrino jamais colocou o time como rebaixado antes do campeonato brasileiro da série B começar.

    Eu vejo que a campanha do campeonato paulista da A2 foi muito aquém do esperado. O Bragantino com uma folha salarial muito inferior ao do Guarani subiu. O Guarani sofreu com as mudanças de treinador. Demitiu Ney da Matta com o time no G4, para trazer o Mauricio Barbieri. Se tivesse mantido o Mauricio Barbieri até o fim, teria caído para a série A3. Com a chegada do Vadão, o time reagiu e alguns jogadores cresceram de produção. Entretanto, a mudança foi tardia.

    O excelente início do brasileiro da série B se deve ao trabalho do Vadão, além de circustâncias como a falta de tempo e dinheiro que impossibilitaram a diretoria de reformular o elenco.

    Mérito do Vadão que tem montado um time aplicado e operário; a atitude correta da diretoria em dar respaldo à comissão técnica, manter uma base entrosada que terminou a série A2, além do esforço em tentar enxugar o elenco, emprestando jogadores que não estão sendo aproveitados para trazer reforços.

    Cabe ressaltar que é inevitável reforçar essa equipe que ainda possui limitações no elenco. Existe somente um zagueiro central no elenco. O restante, na maioria, quarto zagueiro. Também não existe no elenco o ponta, aquele velocista que vai à linha de fundo para cruzar, infiltrar sentido ao gol. A maioria é atacante de beirada. Sem contar que o Guarani pode perder jogadores para a série A e para o exterior. As outras equipes estão se reforçando, reagindo e irão melhorar de desempenho. Cabe ao Guarani buscar a todo custo os 10 pontos em cada mini meta. Não pode perder o foco.