“Essa oscilação é normal, vínhamos de sequência difícil. É valorizar demais o ponto, precisamos pontuar, estamos em campeonato de recuperação. Aumentamos a gordura para a zona de cinco para seis”.
Você já ouviu esta frase por cinco ou seis vezes da boca do técnico interino bugrino Thiago Carpini. Interessante que sempre surge em momentos cujo o resultado não é o desejado. Foi assim contra o São Bento, como foi contra o Vila Nova. Menos mal que dessa vez Carpini admitiu que o time não jogou nada.
Fato é que nos dois jogos como visitante e no clássico com a Ponte Preta o Guarani não teve um predicado fundamental: desempenho. Talvez o mais próximo do aceitável foi contra a Macaca. Mesmo assim, um bolo sem recheio e cobertura.
Carpíni fala, explica e fica tudo por isso mesmo. Suas explicações são aceitas como se fossem verdades acabadas. Inclusive internamente. Quem vai contestá-lo? Quem irá fazer o contraponto sobre suas decisões? Não há como aceitar um time com 35% de posse de bola diante de um adversário virtualmente rebaixamento como é o caso do Vila Nova (GO). Dificil compreender a falta de criação do meio-campo, cujos lampejos ficam por conta de Arthur Rezende. Como elogiar? Não dá.
O treinador bugrino transmite uma confiança de que o final feliz acontecerá de modo natural. Dois jogos em casa. O primeiro diante do Operário, que como visitante tem péssima campanha, com duas vitórias, sete empates e oito derrotas. Na sequência, será a vez do América Mineiro, o terceiro no ranking, com sete vitórias, seis empates e cinco derrotas. Ou seja, uma equipe competitiva. Então, como ter segurança de aproveitamento de 100% de aproveitamento?
A campanha no returno é ótima. Não há como negar. Acumular 25 pontos em 16 jogos é de se elogiar. Mas Carpini não é Deus. Seu trabalho tem falhas e precisam ser minimizadas na reta final. Para não reviver o pesadelo de outras oportunidades.
(Elias Aredes Junior)