O grande pecado de quem abraça a tese do resultadismo é que no primeiro tropeço as suas convicções vão por água abaixo. Se levarmos em conta apenas o resultado em consideração, o empate da Ponte Preta com o América Mineiro por 1 a 1 foi agradável.
Superficialmente não há como contestar: você coletou um ponto diante de um integrante do G-4, manteve sequência de bons resultados após a vitória diante do Figueirense e ganha motivação para preparar-se para o confronto em casa diante do Brasil de Pelotas. Tudo lindo e maravilhoso se não fosse por um detalhe: o desempenho deixou a desejar.
A etapa inicial cortejou o desastre. Jogadores que desempenhavam funções para o qual não pareciam ter treinado e falta de coordenação nas jogadas. Consequência: a Alvinegra não tocava a bola. A marcação do Coelho tomava a bola e ficava de frente ao gol. O segundo gol anulado caiu do céu. Fato.
Melhorou na etapa final? Inegável. Wellington Carvalho parecia mais entrosado com Ruan Renato, Camilo deu dinamismo ao setor de meio-campo e Bruno Rodrigues escapou do cerco e foi decisivo no gol de Guilherme Pato. Que, aliás, com sua entrada passou a preocupar o lateral esquerdo João Paulo.
O aspecto positivo não faz desaparecer a constatação: a Ponte Preta sob o comando de Marcelo Oliveira só atua no segundo tempo. O time venceu Náutico e Figueirense e agora colheu a igualdade no estádio Independência e em todas essas oportunidades, a equipe jogou mal a etapa inicial. E com tempo de preparação na bagagem. Mínimo, mas teve.
Conversa, intensificação dos treinamentos…não sei qual a forma. Um problema admitido pelo próprio Marcelo Oliveira na entrevista coletiva. Só sei que a Macaca precisa encontrar uma sequência de vitórias com desempenho pelo menos aceitável nos 90 minutos. Com desempenho pela metade, o jeito será conformar-se com a Série B em 2021.
(Elias Aredes Junior)