Análise: Quando a torcida bugrina vai entender a dinâmica do Campeonato por pontos corridos?

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Ninguém ignorava o nível de dificuldade da Série B do Campeonato Brasileiro. Dificuldades eram previsíveis e derrotas não deveriam ser descartadas. Sob esse ângulo de análise, a derrota do Guarani para o Atlético-GO por 3 a 2 deveria ser vista sob o signo da normalidade.

O oponente disputou a divisão de elite no ano passado, foi o campeão da Segundona em 2016 e oferece uma estrutura ajeitada aos seus atletas.

Lamentável é o processo de caça às bruxas iniciado logo após o apito final do árbitro. Eis que, de repente, foi esquecido por muitos torcedores que o Alviverde, apesar de uma infraestrutura deplorável e parcos recursos, juntou forças para faturar a Série A-2 do Campeonato Paulista. Ou o Guarani tem estrutura como Coritiba, Goiás, Figueirense e outros concorrentes?

Em questão de segundos, a torcida do Guarani esqueceu que existem ausências como Erik e Bruno Mendes e que a defesa, em relação à parte inicial da temporada, sofreu muitas modificações. Ninguém fica impune. E não deve-se esquecer que o time venceu o Sampaio Côrrea. Não convenceu? Concordo. Venceu. É o que importa.

Vou além: até um tropeço diante da rival Ponte Preta deve ser encarado com naturalidade diante do principal objetivo na temporada, que é a da permanência. O clássico é equilibrado e todos resultados são possíveis.

Ir da euforia da Série A-2 para a depressão artificial gerada pela derrota para o Atlético-GO não vai acrescentar nada. A torcida precisa, sim, encaminhar as reivindicações corretas. Pedir para Umberto Louzer fazer as correções devidas pelo lado esquerdo e aprimorar o rebote defensivo. E cobrar de modo veemente os integrantes do Conselho de Administração para que os reforços encorpem não apenas o time titular, mas também o banco de reservas.

A meta deve ser a de buscar os 45 pontos o mais rápido possível. Depois, verificar se há elenco e qualidade para alcançar o tão sonhado acesso. Anselmo Ramon, Guilherme e Rafael Longuine acrescentam? Muito. Mas para uma competição de 38 rodadas, com continuidade prevista durante a Copa do Mundo, é insuficiente.

A hora é de ponderação. Fanatismo ou críticas inconsequentes só vão piorar a situação.

(análise feita por Elias Aredes Junior)