Existe um código de comportamento diplomático entre os países. Imagine por um instante se os comandantes do Uruguai e da Argentina falassem em encontros para acordos comerciais as piadas comuns que são ditas nas ruas por seus conterrâneos para tirar sarro do outro. Seria constrangedor.
Clube de futebol deveria conter o mesmo conceito. Totalmente equivocados foram os mandatários que no comando de agremiações populares usavam as entrevistas coletivas para espinafrar o adversário.
Gente como Eurico Miranda, Juvenal Juvêncio e até Luiz Gonzaga Belluzo em muitos instantes perderam a noção da liturgia do cargo. Eis que o presidente da Ponte Preta, Sebastião Arcanjo cai na mesma armadilha.
Na coletiva de apresentação do técnico João Brigatti o mandatário saiu com essa máxima: “(…)Não que ele faça apenas a turma lá debaixo tremer. Eu sei que eles vão tremer com a chegada do João. Já estão tremendo, mas eu não entro entre aqueles que acham que o João Brigatti é um técnico apenas motivador. Se nós precisássemos de um motivador, nós iríamos buscar no mercado ou recomendaríamos livros de autoajuda para o nosso time”. Mais infeliz impossível.
Clássico com alto grau de rivalidade, um dos motivos da adoção da torcida única é o clima acirrado entre as duas torcidas. Algo que as forças de segurança não conseguem fazer o mínimo para se planejarem e por outro os dirigentes não ajudam.
Será que Tiãozinho já imaginou que o dérbi do 16 de março já se constitui uma ameaça a integridade física tanto do seu treinador como da delegação pontepretana em virtude da frase dita? Ao invés de proferir frases inconsistentes não seria salutar conversar com o presidente do Guarani, Ricardo Moisés, para promover ações que desarmassem os espíritos? O que espanta é tal postura vir de um político, uma função que seria a primeira a zelar pelo clima harmonioso mesmo entre os divergentes. Ah e sem contar que sua declaração é prato cheio motivacional para o técnico bugrino Thiago Carpini.
Por vezes, os dirigentes são os principais rivais da Ponte Preta. Uma pena.
(Elias Aredes Junior)