O colégio eleitoral diminuto presente não apaga a constatação de que a Ponte Preta viveu uma noite histórica no dia 30 de abril. No voto, Sérgio Carnielli foi derrotado. Algo que seria impensável virou realidade. E com a participação de figuras tidas como fora do baralho político, como os integrantes da Velha Guarda. Questionamentos ecoam na mente de qualquer pontepretano informado: qual será o rumo adotado por José Armando Abdalla de agora em diante?
Que ninguém seja ingênuo. Quando assumiu o cargo, a previsão era de que fosse teleguiado ou influenciado pelo presidente de honra. Não aconteceu . Aos poucos, apesar da preservação do relacionamento pessoal, o distanciamento político foi evidente, sacramentado com a aprovação do balanço.
Algo está claro: não há mais cheque especial. Carnielli agora é oposicionista de fato e de direito. Abdalla terá a missão de governar com conta própria e assumir fracassos e vitórias colhidos no gramado e nos gabinetes da bola.
Gestão profissional? Planejamento e estabelecimento de objetivos? Calmaria na parte financeira? Tudo isso precisa encontrar-se presente. Não dá mais para viver de improvisos. Não é salutar pensar em lutar pelo pão do dia seguinte? Qual o rumo?
Não, a Ponte Preta não pode ter dono. Por ser uma agremiação com conotação comunitária, a missão é alargar a participação de conselheiros e associados.
Pesquisar, por exemplo, o que fez o Bahia sair de uma intervenção judicial e atualmente demonstrar uma saúde financeira invejável. Não venha com a justificativa de que o tricolor baiano não serve de parâmetro por ter uma base de torcedores mais ampliada. Metodologia de trabalho, competência e eficiência nunca é demais.
Que a aprovação do balanço sirva para a Ponte Preta abandonar o personalismo e recolocar no foco o que sempre esteve em pauta: a sua torcida.
(Elias Aredes Junior)