Ataque móvel. A nova tentativa de Doriva para fazer omelete gigante com ovos de codorna na Ponte Preta

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Doriva pode até contar com limitações táticas, mas é impossível renegar sua determinação de testar novas formulas. Para o jogo de segunda-feira, contra o Sampaio Corrêa, na casa do adversário, o treinador vai colocar em campo o trio de ataque formado por Júnior Santos, André Luis e Roberto, recém contratado e que vinha com oportunidades recebidas a partir do banco de reservas.

A promessa é de uma equipe móvel, preparada e calcada para o contra-ataque. Parece ser uma decisão mais coerente, especialmente porque neste país do futebol e do contra-ataque parece ser loucura atuar com centroavante fixo na área, estilo afeito para quem propõe o jogo e tenta encurralar o adversário. Tal expediente a Macaca não sabe fazer.

Resta saber se Doriva vai bancar tal formação quando atuar como mandante. Uma equipe dinâmica, com movimentação até pode ser utilizada quando você tem a prerrogativa de tomar a iniciativa. Problema é quando você detecta falhas no avanço dos laterais. Atualmente, seja Igor Vinícius, Marciel ou qualquer outro atleta à disposição na posição, todos falham na obrigação de puxar os ataques pelos lados e realizarem a ultrapassagem.

Pensar, refletir, imaginar o cenário do jogo e treinar pode ter dado a Doriva a segurança necessária para mudar o conceito de jogo para viabilizar a vitória. Mas, antes de qualquer coisa, deveria dirigir-se à sala do departamento de futebol e perguntar algo vital: quando darão a ele jogadores, no mínimo razoáveis para aplicar a estratégia tática que deseja?

A Ponte Preta poderia jogar melhor? Sim. Só que convenhamos: o elenco montado pela diretoria pontepretana não dá motivo para otimismo por parte do treinador e nem da torcida. Como diria o técnico Oto Glória, condutor da Seleção Portuguesa na Copa de 1966: “Não dá para fazer omeletes sem ovos”.

(análise feita por Elias Aredes Junior)