O Guarani finaliza sua preparação para a estreia na Série C do Campeonato Brasileiro, dia 22 de maio, contra o Guaratinguetá, na Arena Barueri. Nos bastidores, os dirigentes tem conhecimento de que vão administrar uma questão delicada: dinheiro. Não digo em relação ao pagamento de salários. Tal ponto parece resolvido com o aporte mensal da Magnum exigido pela Justiça trabalhista e a própria boa vontade da empresa em aportar um volume maior de recursos. Faço referência ao pagamento de bichos e de bônus por objetivos alcançados.
Após o fracasso na última edição da Série A-2 do Campeonato Paulista, o presidente bugrino Horley Senna tinha deixado claro em entrevista coletiva que um dos motivos do fracasso foi o desencontro gerado pelo pagamento de premiações. Na ocasião, pelo que apurou este jornalista integrante da equipe do Só Dérbi, vários atletas foram dispensados porque o conflito por esses pagamentos chegou a tal ponto que configurou-se uma quebra de confiança.
Existem dois lados na questão. O primeiro é que ninguém vive de brisa. O pagamento do salário é fundamental e o Guarani parece ter entendido tal preceito. Só que existe a tradição, o formalismo dentro do futebol que parece quase impossível combater. Dentro disso está o pagamento dos bichos e premiações.
O Guarani não pratica natação no mar envolto em dinheiro. Não está milionário ou nunca fez a montagem de um timaço. Nada disso. Seja com Leonel Martins de Oliveira, Marcelo Mingone, Álvaro Negrão e agora com Horley Senna, investir no futebol é tarefa dificultosa. Ou seja, é complicado viabilizar o pagamento de bichos nos padrões estipulados pelo futebol brasileiro.
Qual a solução? Diálogo. Quem for contratado pelo Guarani tem que participar de uma conversa olho no olho, sem reservas e preconceitos com os dirigentes. Se é possível assegurar o salário e descartar o bicho e uma possível premiação, que tal realidade seja passada antes da assinatura do contrato. Sem disfarces. Quem vestir a camisa do Guarani precisa ter plena noção daquilo que vai enfrentar e o que pode esperar. Fora disso, é abrir espaço para confusão.
(análise feita por Elias Aredes Junior)