Cinco medidas para ajustar a Ponte Preta no Brasileirão

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Perder para o Flamengo não é agradável. Ver um tabu cair faz o chão temer. Ver a criação de um ambiente de desconfiança arrebenta com o planejamento de qualquer um. Isso não quer dizer que a Ponte Preta deva achar que tudo está perdido. Não há motivo para terra arrasada. Nas derrotas para o Corinthians e diante do rubro negro carioca, a Macaca exibiu um time posicionado e uma maneira de jogar. Com a necessidade de acertos. Urgentes. São estes pontos que não podem ser desprezados pela comissão técnica e precisam ser atacados diante do calendário que prevê o América Mineiro em Belo Horizonte, na quinta feira e posteriormente o Grêmio, domingo, em Porto Alegre.

Para facilitar o processo de reflexão, os pontos serão descritos e destacados. São eles:

1- A Ponte Preta precisa de mais zagueiros no elenco: os 90 minutos contra o Flamengo explicaram porque a diretoria implorou para contar com Renato Chaves. Lento, atabalhoado e sem o tempo adequado de marcação, Fábio Ferreira foi uma presa fácil para a velocidade de Fernandinho. Grolli está lesionado. Fez falta. Impossível contar sempre com seu futebol. São 38 rodadas e as lesões e cartões estão no caminho. A Macaca terá que ir as compras. O Campeonato Brasileiro pede regularidade e elenco com variedade e qualidade. Sem o segundo quesito o primeiro não aparece.

2- É hora de preservar o lateral-direito Jeferson: É nítido que tecnicamente Jeferson exibe desempenho aquém dos outros jogadores. Não, ele não é ruim. É imaturo. Muito diferente. Por vezes, dá o bote quando não há necessidade. Ou marca distante quando o correto seria interceptar. A Série A do Brasileiro tem um quadro diferente do Paulistão ou das categorias de base. Jeferson tem potencial. Só que infelizmente este não é o momento dele. Preservar, dar condições de jogo a Diogo Matheus é a saída.

3- Meia ou atacante? Afinal, qual a posição de Felipe Azevedo? Contra o Palmeiras, Ravanelli foi adiantado como atacante e o ex-jogador do Sport atuou como um tipico armador pelo lado direito. Deu certo. De quebra fez dois gols. Nos últimos jogos, o atleta vive um dilema: ora é determinado a ajudar Wellington Paulista; em outros, recua tanto que fica distante do gol. Não é bom para ele e nem para a Ponte Preta. Se deseja atuar no 4-4-2, o técnico pontepretano deveria incentivar o atleta a firmar-se em uma posição. Nem que tal fato levo o jogador para a reserva e disputar posição com Thiago Galhardo, Cristian e Ravanelli. Sem invenções.

4- Criatividade no meio-campo. Urgente!: Não, não vou pedir a saída de Ravanelli. Pelo contrário. Considero um garoto de talento e de apuro técnico. Ou a bola cruzada no primeiro gol contra o Palmeiras é fruto do acaso? Nada disso. O que ele necessita é de companhia. Um outro jogador criativo e de talento capaz de dividir as atenções, algo que não ocorre diante da indecisão de Felipe Azevedo. Inevitável pensar no nome de Thiago Galhardo. Tem experiência exitosa no Coritiba e pode reeditar com sobras as boas atuações no Red Bull. Não descarto a utilidade de Cristian caso uma sequência de jogos seja concedida ao atleta. Só existe uma certeza: colocar tudo nas costas de Ravanelli é uma temeridade. E injusto.

5-Wellington Paulista? Roger? Prioridade é diversidade ofensiva: Por que o jogo contra o Palmeiras foi especial? Porque Felipe Azevedo foi para as redes, um jogador que não tem como missão prioritária a marcação de gols. Talvez a seca de gols contra Figueirense e Corinthians seja explicada também pela ânsia de procurar no gramado quem deve balançar as redes. Em um momento, toda e qualquer bola era esticada para Wellington Paulista; contra o Flamengo, todos os levantamentos iam na direção de Roger. Correto? Nem tanto. Um time pronto e acabado exibe uma variedade tamanha de jogadas que o centroavante vira uma peça complementar e não a fundamental. Não é coerente cobrar de modo veemente o técnico Eduardo Baptista. Ele, no fundo, sabe deste vício. Só o tempo pode amenizar o exterminar. Não dá para descuidar. Até para não ficar manjado.

Existem outros defeitos? Com certeza. Foco deve ser discuti-los, debatê-los para a Ponte Preta aprimorar-se e construir o que todos desejam: uma campanha marcante na Série A do Campeonato Brasileiro. Ainda dá tempo.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Fábio Leoni-Pontepress)