Em carta encaminhada a CBF nesta terça-feira, 19 integrantes da divisão de elite do futebol brasileiro externaram o desejo de organizarem a partir de 2022 a Série A do Campeonato Brasileiro. Os dirigentes pediram modificações no sistema de eleição da CBF, algo revelado pelo portal Globo Esporte.com.
A principal noticia, no entanto, é o fato dos dirigentes terem aprendido com a história. Por que? A decisão de convidar clubes integrantes da Série B para fazer parte desta nova Liga é uma reparação histórica.
Em 1987, a CBF anunciou aos clubes que não teria condições financeiras de organizar o Campeonato Brasileiro. Foi quando surgiu o Clube dos 13, formado pelos 12 gigantes do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, mais o Bahia.
Definiu-se que o campeonato teria 16 participantes e a distorção nasceu a partir daí. Na escolha dos três times complementares (Goiás, Santa Cruz e Coritiba) o critério de escolha foi a bilheteria e a parte técnica foi ignorada. Guarani, vice-campeão do ano anterior, e o America (RJ), que disputou as semifinais contra o São Paulo foram excluídos.
Foi semente de anos e anos de um elitismo que sufocou e bloqueou o surgimento de mais times emergentes e proporcionou cofres cheios aos times mais populares. Traduzindo: Corinthians e Flamengo.
Com o gesto desta terça, os gigantes mandam duas mensagens: que não vão abrir mão de certo protagonismo, mas entendem que sem bons coadjuvantes não se faz uma boa competição.
A correção histórica foi feita. A chance de um final feliz é bem maior.
(Elias Aredes Junior)