Colegiado para tocar o futebol da Ponte Preta: chance de redenção ou fracasso anunciado?

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A Ponte Preta iniciou o seu planejamento para a temporada-2020. Uma das medidas tomadas pelo novo presidente Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, foi a de instituir um colegiado para as decisões do futebol profissional.

Além do próprio Tiãozinho , do técnico Gilson Kleina e do executivo Gustavo Bueno,  fazem parte Hélio Kazuo, Fábio Abdalla e os ex-presidentes Vanderlei Pereira e Sérgio Carnielli.

Sem querer instituir qualquer tipo de ironia, o colegiado se der certo pode ser a chance de redenção da maioria dos personagens perante a torcida. Não podemos esquecer que cada um tem um passivo difícil de carregar.

Carnielli, por exemplo, comandou de modo direto o futebol de 2007 a 2010, gastou milhões e a única vez que chegou perto do acesso foi em 2008, quando foi quinto colocado. Vanderlei Pereira, por sua vez, fracassou em 2017, quando teve na mão o maior orçamento da história da Ponte Preta e caiu para a Série B. O próprio Tiãozinho está com saldo negativo. Quando dirigiu a equipe no restante do Brasileirão de 2006, amargou um rebaixamento na Série A.

E  Kazuo? Quando foi o encarregado de tocar o futebol, recebeu a fúria da torcida que não se conformava com seu silêncio nos instantes de crise.

Gilson Kleina deveria cair de cabeça no projeto. Precisa de uma reabilitação profissional após desempenhos ruins no comando do Criciuma e da Macaca. Gustavo Bueno, por sua vez, ainda recebe o olhar desconfiado dos torcedores.

Existe um lado positivo. Quando o trabalho é em forma de colegiado, os integrantes precisam deixar as vaidades de lado, injetar boa dose de humildade e buscar soluções práticas.

E porque os integrantes deste colegiado precisam de redenção? Por que quando atuaram de modo isolado, especialmente os dirigentes, foram tragados pela soberba e jamais ouviram criticas ou conselhos. Não foram capazes de reciclagem. Atuavam de maneira imperial, como se fossem donos da verdade.

E veja só: o futebol é especialista em exemplos de equipes que alcançaram a glória com comando centralizado e solitário: Marcos Braz no Flamengo, Alexandre Kalil no Atlético Mineiro, Juvenal Juvêncio no São Paulo, Eurico Miranda no Vasco ou Mário Celso Petraglia no Athletico-PR.

A Alvinegra campineira vai juntar dirigentes que fracassaram com a fórmula do sucesso no mundo da bola e vai apostar em uma metodologia cujo resultado é incerto.  A resposta teremos em 2020.

(Elias Aredes Junior)