Como explicar a falta de trabalho ostensivo de Ponte Preta e Guarani para captação de torcedores na Região Metropolitana de Campinas?

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O futebol é uma indústria. Movimenta bilhões de reais. De acordo com dados fornecidos pela Fifa em 2014 antes da Copa do Mundo, o montante movimentado no Brasil chega a R$ 577 bilhões. Se verificarmos que é 2% do que é gerado no planeta bola é uma quantia ínfima. Cada centavo tem que ser buscado com fúria. Pois hoje podemos analisar que Ponte Preta e Guarani são negligentes em um foco indispensável para suas sobrevivências: a Região Metropolitana de Campinas. O assunto é repetitivo? Sim. Só que não há como negligenciar. Sempre é preciso relembrar.

Que os dois clubes estão sedimentados e com fãs em Campinas não há dúvida. Pesquisas e mais pesquisas de opinião dão conta que bugrinos e pontepretanos tem seu nicho dentro da cidade, apesar da invasão de corinthianos, são paulinos, palmeirenses e santistas.

Traduzindo em números: segundo dados atualizados do IBGE tem 3131.528 habitantes. Se retirarmos os habitantes de Campinas temos o total de 1.958.158 habitantes em 18 cidades. Um potencial inexplorado. Basta dizer que Recife, a capital pernambucana com três times relevantes no futebol brasileiro (Náutico, Santa Cruz e Sport) tem 1.625.583 habitantes.

Sede de dois campeões mundiais (Grêmio e Internacional) Porto Alegre (RS) está com 1.481.019 pessoas em sua área territorial. Ou seja, é uma região com potencial maior do que capitais importantes do país. Mesmo se excluirmos Campinas da conta Fica a pergunta: o que fazem os clubes de Campinas para explorar tal garimpo cheio de pepitas?

Detalhe: podemos dizer que os  concorrentes diretos não ameaçam, pois o Rio Branco sofre para sobreviver em Americana, o União Barbarense não consegue avançar de divisão e o SEV Hortolândia e o Primavera de Indaiatuba ainda não alcançaram o protagonismo desejado.

Como defesa, tanto dirigentes como jornalistas esportivos e até torcedores afirmam a concorrência desleal com os times da capital. Fica a pergunta: como eleger este como o problema número 1 se ainda não foi feito qualquer trabalho específico e agressivo nestas comunidades?

Ponte Preta e Guarani fizeram, por exemplo, de maneira ostensiva e incansável o trabalho realizado pelas embaixadas no Rio Grande do Sul por gremistas e colorados? Ok, digamos que esta onda seja inevitável: como os rivais campineiros não conseguem viabilizar sequer que o torcedor de um time da capital paulista ou internacional adote Ponte Preta e Guarani como segundo time do coração e automaticamente seja um potencial consumidor dos produtos vendidos durante a temporada?

Não basta ter ideias ou aplica-las de modo típico. Guarani e Ponte Preta precisam incutir na mente de que estão em uma guerra. E cada palmo de chão conquistado é precioso.

(texto, reportagem e análise: Elias Aredes Junior)

UM MERCADO PARA SER EXPLORADO

HABITANTES DA RMC (EXCETO CAMPINAS)

CIDADE        HABITANTES

Americana                    231621

Artur Nogueira            51.126

Cosmópolis                 67.960

Engenheiro Coelho   19059

Holambra                   13698

Hortolândia             219.039

Indaiatuba               235.367

Itatiba                       114.912

Jaguariúna               53069

Monte Mor              56.335

Morungaba             13.085

Nova Odessa         57.504

Paulínia               100.128

Pedreira                  46094

S. B. do Oeste      191.024

S. Antonio de Posse- 22597

Sumaré-                   269522

Valinhos-                122.163

Vinhedo-                  73885

Total: 1.958.158