No dia 24 de março de 2022, o Guarani enfrentou o Corinthians na Neo Quimica Arena. Empatou por 1 a 1 no tempo normal e perdeu na decisão por pênaltis a vaga para a semifinal do Campeonato Paulista. Naquela ocasião, todos os componentes do mundo do futebol bugrinos foram invadidos por um sentimento de júbilo e de esperança.
O desempenho nos 90 minutos encheu de orgulho o então técnico Daniel Paulista e a perspectiva de dias melhores para a sequência da temporada. No final das contas, tudo aquilo que foi vivido revelou-se uma armadilha. O Guarani nunca se encontrou no primeiro turno da Série B, somou apenas 18 pontos e trocou duas vezes de treinador.
Daniel Paulista foi demitido após o empate contra o Náutico e especulações e boatos transformaram a saída em algo ainda mais misterioso. Posteriormente, Marcelo Chamusca foi contratado e não deu certo. O time só se acertou após o desembarque do atual técnico Mozart.
Toda a sequência negativa ocorreu por um único motivo: foi criada uma ilusão que o Guarani estava pronto para ser protagonista da Série B. Não estava.
Foi preciso trocar o Superintendente de futebol, a realização de dispensas e de contratações para que o Guarani fugisse do fantasma do rebaixamento.
Evidente o sentimento de vitória do torcedor contra o Corinthians. Lógico que todos querem a conquista dos três pontos para continuar a briga com o São Paulo pela ponta do Grupo B. Seria excelente um triunfo sem a presença de Giovanni Augusto.
No entanto, no fundo, o que o Guarani mais precisa é da verdade. A transparência e limpidez que só o gramado pode oferecer. Seja qual for o resultado, que o atual estágio técnico do elenco seja revelado.
Que o potencial dos atletas ou de seus defeitos não fique camuflado por uma vitória enganosa ou um empate que caiu do céu. É só por intermédio desse diagnóstico honesto e preciso que teremos condições de saber até que ponto Rodrigo Pastana acertou no seu trabalho.
Se a transparência aparecer nos 90 minutos será o balsamo que vai desnudar o que o Guarani precisa para o restante do ano.
Não dão mais para ser enganado no futebol. Tudo é rápido, dinâmico, breve. Pense: quando o Guarani terminar a sua apresentação na Neo Química Arena, um quarto do campeonato terá ido embora.
Se existirem erros crônicos, que eles apareçam agora! Se atletas de bom potencial podem dar as caras que não seja perdido tempo.
Corinthians é favorito?
Sim.
Perder é o fim do mundo? Nem tanto.
Ainda teremos oito rodadas para serem disputadas. Agora o fim do mundo será se o Guarani cair novamente em um conto de fadas. O futebol não permite realidade paralela no gramado.
(Elias Aredes Junior- com foto de Thomaz Marostegan-Guaranipress)