Vira e mexe e encontro na rua torcedores bugrinos conformados. Consideram que a disparidade econômica reinante no futebol brasileiro nunca mais fará o Guarani disputar as primeiras posições. Ou ser protagonista em um campeonato nacional ou regional. Se verificarmos os últimos resultados, é lógico que a resposta será sim. Clube sucateado, diversos rebaixamentos e falta de ídolos. A receita é amarga e deveria ser fatal.
Eis que iniciativas despretensiosas geram reflexão. No domingo pela manhã, os ídolos do passado do Guarani estiveram presentes para um amistoso contra integrantes da atual comissão técnica. Uma iniciativa bacana e que deveria servir de combustível para que o Alviverde retomasse os tempos de triunfos e bons resultados.
Ou alguém acha que quando surgiram atletas do naipe de Renato, Careca, Amaral, Julio César e Evair o Guarani tinha as mesmas condições e atenção da mídia que os gigantes? Evidente que eram outros tempos. A disparidade era menor. Mas o Guarani era o David contra 12 Golias. E sempre tinha uma pedra para acertar na cabeça dos gigantes. E por que isso acontecia? Bom trabalho nas categorias de base, dirigentes que davam sequência ao trabalho e torcedor com sentido de pertencimento. Que vivia o clube. Sem cessar.
Quem presenciou o amistoso deste domingo deveria ficar incentivado a integrar-se na vida do clube e lutar para que aquelas condições fossem reerguidas no Século 21. Ok, é quase impossível sonhar com a conquista de um Campeonato Brasileiro na atual fórmula dos pontos corridos. Mas é licito conformar-se com participações opacas no Paulistão e na Série B? É isso? O torcedor bugrino deve apenas contentar com o papel de coadjuvante? Estes homens que foram craques no passado vestiram a camisa bugrina para transmitir a ideia de que nada na vida é imutável ou definitivo. Basta lutar e utilizar a união como o escudo para buscar o sucesso.
(Elias Aredes Junior- foto de David Oliveira- Guarani F.C)