De mocinho para vilão: sete motivos para explicar a mudança de status de Gilson Kleina na Ponte Preta

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É inegável o quadro desconfortável vivido por Gilson Kleina na Ponte Preta.

Precisa vencer o Bahia para respirar e livrar-se das pressões das arquibancadas.

Momentaneamente. Agora, é a hora de produzir reflexão neste cenário de céu e inferno vivido pelo treinador. Como o herói do Paulistão, capaz de galvanizar a esperança de milhares de torcedores transformou-se em um vilão detestado?

Nesta trajetória, alguns erros foram cometidos pela Comissão Técnica e que foram preponderantes para a corrosão da credibilidade adquirida após as vitórias contra Santos e Palmeiras no Paulistão e a classificação para a final, apesar da passagem nos pênaltis no estádio do Pacaembu e a derrota no Allianz Park.

1-Escalação da final: Ninguém entendeu. A falta de opções na defesa fez com que fosse escalado Fábio Ferreira, contestado de maneira pelos torcedores. Reynaldo, anteriormente um aplicado lateral-esquerdo virou um terceiro zagueiro e não sabia se iria ao combate ou voltava a zaga. Não fez nem uma coisa e nem outra. Resultado: o Corinthians atropelou e na prática o título paulista foi para o espaço.

2-Falta de um plano alternativo de jogo: no Paulistão, todo mundo sabia do estilo reativo da Macaca. Clayson pelo lado esquerdo, Pottker na direita e Lucca incumbido de auxiliar Reynaldo na marcação e arrancar em diagonal. Sem contar as jogadas de bola parada, bem azeitadas. Jogadores foram negociados e a presença de Renato Cajá e Emerson Sheik, mais focados em um futebol cadenciado, não evitou que o técnico não saisse da filosofia antiga.

3-Critérios na escalação- Veja o caso do beque Luan Peres. Contratado recentemente, foi acionado no segundo tempo contra a Chapecoense e em uma autêntica gelada, contra o Santos, no Pacaembu, pelo Brasileirão. Deveria virar prioridade na zaga quando Marllon ou Rodrigo estivessem ausentes. Nada disso. Kadu é o acionado, apesar de suas chuvas e trovoadas. Tal atitude provoca falta de confiança por parte da crônica esportiva e da torcida de que realmente o treinador toma as decisões corretas. Deixa o ambiente carregado.

4-Naldo e Jadson como opções- Tanto um como outro são limitados, não efetuam uma bola longa como Fernando Bob, exibem lentidão em várias passagens dos jogos e concedem campo ao adversário. Dá para entender? Nem eu entendo. Para a sorte da comunidade pontepretana, contra o Bahia, Wendel será titular em lugar de Elton, outro que não era aprovado. Antes tarde do que nunca.

5-A derrota para o Atlético-GO e o empate com o Avai-SC- São cinco pontos perdidos que farão uma falta tremenda. Por que? São duas equipes fracas, sem recursos técnicos e sem  resistência. Em Goiânia, a Macaca simplesmente não entrou em campo e Kleina foi incapaz de armar uma reação. Em Florianópolis, o plano de jogo foi na busca de evitar a derrota. E a soma de um ponto foi comemorado até pelo executivo de futebol, Gustavo Bueno.

6-Calendário apertado- Gilson Kleina não tem um plano alternativo de jogo. Não viabiliza uma nova maneira de jogar. Seus jogadores decepcionam. A torcida está enfurecida. Convenhamos: fica difícil mudar a rota com jogos as quartas e domingos. Luxemburgo faz a diferença no Sport na mesma conjuntura? Até faz. Mas o seu elenco é qualificado e o feijão com arroz prevalece na parte tática. Kleina pisa na bola, decepciona, mas milagre fica difícil acontecer com pouco tempo de treinamento e opções escassas no banco de reservas.

7-A ausência de respaldo da diretoria executiva- Gilson Kleina é arrebentado nas redes sociais ao lado de Gustavo Bueno; seu esquema tático é contestado dia e noite por torcedores e cronistas esportivos. Pergunta: por que os dirigentes não aparecem para darem respaldo a filosofia de trabalho? O que explica a ausência de explicações dos dirigentes estatutários nas entrevistas coletivas? Detalhe: o problema já aconteceu com Felipe Moreira. Tire suas conclusões.