Depredação, vandalismo, Guarani e a derrota da civilidade no futebol

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No dia 02 de abril, o Guarani comemorou o seu aniversário. Vereadores e o prefeito de Campinas, Dário Saadi, do Republicanos, participaram de uma cerimônia de inauguração do marco zero da agremiação, localizada na Praça Carlos Gomes. Algumas horas depois, o monumento estava pichado. No periodo da manhã, a prefeitura executou a limpeza e pintura do objeto, cujo destaque é a estrela no topo referente a conquista do Campeonato Brasileiro de 1978.

Durante todo o dia, torcedores bugrinos e pontepretanos utilizaram as redes sociais para tecer dois pontos. A primeira é que é inadmissivel a obra e a cerimônia  porque o poder publico se mobilizou para viabilizar uma homenagem a uma instituição de interesse público, mas que não deixa de ser privada, mesmo que seja uma Associação sem Fins Lucrativos. Outra critica é o fato de que muitos acreditam de maneira ingênua de que o local não seria alvo de vandalismo.

Talvez o que ninguém queira discutir é o básico: o futebol perdeu conceitos básicos de cidadania e de convivência harmônica. Assim como a sociedade brasileira que se encontra conflagrada e dividida e adepta da violência inconsequente, o futebol eleva tudo isso a décima potência.

Não temos zelo em conservar as instalações do Majestoso e do Brinco de Ouro. Somos incapazes sequer de deixar em boas condições os banheiros disponibilizados aos torcedores. Os clubes, por sua vez, pecam na organização dos jogos. Qualquer torcedor bugrino e pontepretano sabe que qualquer jogo com previsão de público acima de cinco mil pessoas é um suplício e uma tortura para quem deseja assistir ao vivo.

Ou seja, somos um fracasso de convivência, harmonia, organização, civilidade…é a culpa é de quem teve a ideia de construir o monumento? Sério mesmo? O fato é a necessidade de buscar inserir no cotidiano dos dois clubes um time titular com esses jogadores: Educação; Gentileza, empatia, solidariedade e carinho: harmonia, cidadania e coletividade; respeito, discernimento e noção do ridículo. Quem sabe assim melhora. E preservar um monumento não será um milagre e sim algo integrado ao nosso cotidiano.

(Elias Aredes Junior)