O Guarani anunciou contratações que trazem desconfiança ao torcedor bugrino. Alguns de qualidade técnica duvidosa. Fica claro que a meta é viabilizar a permanência tanto no Campeonato Paulista como na Série B do Campeonato Brasileiro. Agora, fica a pergunta: porque contratações de melhor qualidade não são anunciadas?
A reportagem do Só Derbi conversou com três pessoas que exercem funções diferenciadas no futebol e que toparam falar sobre sua visão a respeito do tema sob a condição do anonimato. Cada um deles passou informações que ajudam a explicar em parte porque o Guarani ainda padece para colocar em campo um time de melhor qualidade.
O primeiro motivo é o modelo de negócio oferecido pelo clube. Com a situação financeira, a diretoria não consegue oferecer procedimentos de prae, como participação para os intermediários em negociações futuras e a ausência de pagamento de comissão, casos registrados por alguns empresários . O quadro faz com que estes privilegiem outras agremiações.
O passado de desmandos do Guarani ainda impõe alguns constrangimentos. Um executivo de futebol que atuou na Série B no ano passado afirmou ao Só Dérbi que o Guarani ao lado do Paraná carrega a fama de ser um pagador irregular. Ou seja, o registro sistemático de atraso de salários. Resultado: clubes da Série B com ambição de subir e com salários pagos com maior regularidade não enxergam o Guarani como concorrente no mercado.
Um ex-dirigente de futebol alerta para outro detalhe. Como o Guarani não tem parceiros e nem um mecenas, as contratações refletem exatamente aquilo que o clube pode pagar. Neste ano , a folha de pagamento ficará entre R$ 600 mil e R$ 650 mil mensais, mas poderá chegar a R$ 800 mil.
Detalhe:em dezembro e janeiro tradicionalmente não há o pagamento de cotas de televisão tanto da Série B (que são em 10 parcelas) e do campeonato paulista, que acontecem até o final do primeiro semestre.
Nem tudo são espinhos. A permanência de Thiago Carpini juntamente com a gestão longa de Umberto Louzer fazem com que o Guarani tenha uma credibilidade mais firme entre os treinadores.
(Elias Aredes Junior)