A história do Guarani é tão especial em relação a revelação de atacantes e armadores que às vezes geram reflexões. Pense que as décadas de 1980 e 1990 produziram ao torcedor bugrino a primazia de se deliciar com duplas históricas, capazes de levantar arquibancadas. Levarei um embate para que possamos refletir de maneira conjunta. No seu auge, qual parceria foi mais letal: Evair e João ou Amoroso e Luizão? Argumentos não faltam para escolher um ou outro.
A primeira remete ao futebol clássico. Evair iniciou sua carreira como meia direita, mas posteriormente soube envergar a camisa 9. Mas não era um tradicional poste, a espera do toque final. Ele fazia isso, mas era muito mais. Como tinha recursos, tinha capacidade de recuar e por vezes participar do jogo e virar um meio-campista, com capacidade de levar a bola ao campo de ataque.
Fez 24 gols no Brasileirão de 1986 e só foi superado no ultimo instante por Careca. João Paulo dispensa apresentações. Rápido, habilidoso e eficiente especialmente no confronto direto com o zagueiro. Com o passar do tempo soube dirimir até as falhas que tinha na conclusão.
Oito anos depois, dois jovens vestiram a camisa do Guarani e fizeram muito barulho. O primeiro era Luizão. Força, vitalidade e muita presença de área fizeram deste garoto revelado nas categorias de base uma revelação. Talvez fosse considerado por muito e muitos anos o melhor da década de 1990.
Sim, com mais recursos que Ailton Queixada. Mas fez dupla com um extra classe. Amoroso era diferenciado. Técnico, alto poder de conclusão e dotado de uma velocidade e leveza impossíveis de serem impedidas. Certamente Djalminha permanecesse por mais tempo no Brinco de Ouro, o trio faria história no futebol brasileiro e colocaria o Guarani em outro patamar. Em 1994, Amoroso não conseguiu atuar nas semifinais contra o Palmeiras e deixou no torcedor o gostinho de quero mais.
E aí? Se fosse dirigente, qual dupla você contrataria para o seu time? Veja o nível de qualidade já apresentado pelo Guarani.
(Elias Aredes Junior)