Explodem casos de violência contra jornalistas no Brasil em 2018? O que Ponte Preta e Guarani tem a ver com isso? Tudo. Leia e entenda!

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A Federação Nacional de Jornalistas divulgou nesta sexta-feira, dia 18, um relatório sobre os casos de violência contra jornalistas no Brasil. De acordo com o relatório, os casos de agressões a jornalistas cresceram 36,36%, em relação ao ano de 2017. Foram 135 ocorrências de violência, entre elas um assassinato, que vitimaram 227 profissionais. Desse total, oito casos estiveram relacionados com jornalistas esportivos que sofreram agressões de dirigentes, técnicos, jogadores ou torcedores, o que equivale a 5,92% do total.

Parece pouco, mas é suficiente para chegarmos a algumas conclusões que podem ser estendidas ao futebol de Campinas. A primeira é que os registros desses casos são mais do que suficientes para que todo e qualquer jornalista atuante em Campinas jamais assuma publicamente para o time que torce. A rivalidade exacerbada entre as duas equipes e a crença de muitos considerarem que a violência física ou verbal é o caminho para intimidar profissionais e forçarem que eles emitam a opinião de sua preferência. Este articulista, por exemplo, há 10 anos não senta em uma arquibancada de jogo em Campinas e evita também comparecer a eventos dos dois clubes, exceção aqueles que merecem cobertura jornalística.

Isso nos leva a outro tópico, presente nos torcedores bugrinos e pontepretanos e que deve ser aplicada aos fãs de outros times: tratamos o futebol de modo infantil. Torcedores aceitam e querem apenas opiniões insípidas, sem pegada ou opinião forte. Querem e gostam de ser mimados. E para impor tal visão a moeda de troca é a intimidação seja ela física ou por intermédio das redes sociais. Existe uma resistência em aceitar que os dirigentes, jogadores e dirigentes erram, nutrem equívocos e que é função do jornalista analisar e apontar os erros.

Qual á saída? Dizer que a paixão de bugrinos e pontepretanos é impeditivo é meia verdade. Somos reféns de um país que oferece péssimas noções de educação e cidadania e que forma cidadãos adultos incapazes de lidar com frustrações. Que não entendem que o papel da imprensa não é torcer e nem se associar com o poder e sim incentivar a reflexão. E sem violência, seja verbal ou física. Chegaremos neste estágio? Não sei. Mas é preciso tentar.

(análise feita por Elias Aredes Junior)