Formar, informar e investigar. As missões da imprensa esportiva campineira para 2019. Vai cumprir?

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Estamos a uma semana do ínicio do Campeonato Paulista. Ponte Preta e Guarani fizeram suas contratações, realizaram pré temporada e estabeleceram objetivos . Qual será a missão da imprensa? Iludir ou esclarecer? Criticar ou omitir? Entreter e cair na vala comum ou fiscalizar o poder? Conformar-se com a alienação do torcedor ou batalhar para que o esclarecimento apareça?

O jornalismo esportivo brasileiro passa por momento único. O rádio é desenvolvido e ainda goza de prestigio em praças como Belo Horizonte e Porto Alegre. Encara dificuldades de sobrevivência no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os jornais impressos lutam pela manutenção da relevância, assim como a própria televisão aberta, que perdeu o trono de formador de opinião pública com o surgimento dos canais esportivos na teve fechado. No Brasil, torcedor agora precisa pagar para pensar.

Campinas não é diferente. Temos três rádios, portais de internet e  televisões que acompanham o dia a dia dos clubes. A cobertura encontra-se em um dilema.

No futebol, Ponte Preta e Guarani estão a um passo de se acostumarem com a mediocridade. De serem eternos coadjuvantes no Paulistão e Série B ao invés de iniciar um trabalho de reestruturação e de mudança de mentalidade que amenize o distanciamento com os gigantes do futebol nacional. Uma estrada percorrida pelo Atlético Paranaense e cujo os frutos são evidentes, com conquista de Brasileirão (2001) e Copa Sul-Americana (2018).

E a imprensa? Deveria preparar-se, estudar, aprofundar os temas do futebol tanto no campo como na parte administrativa. Deixar o discurso fácil, o senso comum e abandonar a estrada fácil de abordar apenas o noticiário em curto, médio e longo prazo. Esquecer e ignorar de uma vez por todas que basta entrar em campo ou ter contato com boleiro para saber tudo da modalidade. Não sabe. Entender que proximidade com dirigente só traz malefícios em médio e longo prazo. E adotar posição. Nada de discurso politicamente correto. “Imprensa é oposição. O que passar disso é armazém de secos e molhados”, já disse Millor Fernandes.

Por realizarmos tudo errado ou equivocado nos últimos anos já colhemos os frutos. Nunca a imprensa campineira enfrentou tamanha crise de credibilidade junto ao seu público alvo. Jamais ficamos tão reféns apenas dos números de audiência enquanto a qualidade do produto é questionada por formadores de opinião, que se afastam de todas as mídias pela insatisfação com o produto.

Se perguntarem qual o caminho e a solução não sei dizer. A conjuntura é complexa, difícil e nunca o conhecimento, a informação e a formação acadêmica e científica foram ingredientes tão necessários para dar um salto de qualidade.

Não será com churrasco ou pelada com final de semana. que mudaremos a situação. Será com troca de experiência, troca de informações com técnicos e profissionais antenados com as tendências do futebol moderno e entender que a nossa função é de informação e formação e nunca de entretenimento vazio e manipulador. Ou mudamos de atitudes ou também faremos parte do passado, assim como o futebol local, que luta para ficar antenado com o Século 21.

(análise feita por Elias Aredes Junior)